O que é que JK Rowling, Joe Rogan e Elon Musk têm em comum? Estão indignados com uma nova lei na Escócia

CNN Portugal , BCE
4 abr, 19:03
Edimburgo (Getty Images)

A famosa autora da saga Harry Potter voltou a dar que falar pelas suas opiniões controversas. Joe Rogan, conhecido influenciador norte-americano, e Elon Musk, dono da Tesla e do X, não hesitaram em posicionar-se ao lado de JK Rowling

JK Rowling manifestou indignação com uma nova lei na Escócia destinada a proteger grupos minoritários de crimes de ódio, desafiando a polícia escocesa a prendê-la se considerar que cometeu um crime ao exercer o seu direito à "liberdade de expressão".

A autora britânica, que vive em Edimburgo, fez uma série de publicações na rede social X na qual descreve várias mulheres transgénero como homens, incluindo ativistas e figuras públicas. 

"Ao aprovarem a lei escocesa sobre crimes de ódio, os legisladores parecem ter dado mais valor aos sentimentos dos homens que interpretam a sua ideia de feminismo, ainda que de forma misógina ou oportunista, do que aos direitos e liberdades das mulheres e meninas reais", argumentou.

Para JK Rowling, a nova lei coloca em causa "a liberdade de expressão e de crença" no país, considerando que estes direitos "estão a chegar ao fim na Escócia se a descrição exata do sexo biológico for considerada criminosa". "Neste momento estou fora do país, mas se o que escrevi aqui for considerado uma ofensa nos termos da nova lei, espero ser detida quando regressar ao berço do Iluminismo escocês", ironizou.

Joe Rogan, conhecido influenciador norte-americano, e Elon Musk, dono da Tesla e do X, não hesitaram em posicionar-se ao lado de JK Rowling, com o multimilionário a endossar o apoio à autora através de publicações naquela rede social.

Por sua vez, Joe Rogan manifestou-se incrédulo com a nova lei num episódio recente do seu podcast, dirigindo-se aos convidados, questionando-os: "Viram aquela m**** selvagem na Escócia, onde eles têm como alvo comediantes com leis contra crimes de ódio?".

Perante a polémica, o primeiro-ministro escocês, Humza Yousaf, afirmou que "este projeto de lei visa proteger as pessoas contra uma onda crescente de ódio na sociedade”.

Segundo o POLITICO, já existem na Escócia leis destinadas a proteger as pessoas de crimes de ódio com base na raça, religião, orientação sexual e identidade transgénero. Mas o governo, liderado pelo Partido Nacional Escocês, considerou que a lei devia ir mais além, acrescentando-lhe agora o crime de “incitação ao ódio” contra grupos com características que devem ser protegidas, inclusive com base na idade, reforçando uma lei que já criminalizava o ódio racial e que está em vigor desde 1965.

Na prática, e de acordo com a nova lei, qualquer comportamento considerado por uma “pessoa razoável” como “ameaçador ou abusivo” contra alguém poderá levar a uma pena máxima de sete anos de prisão. Mas isso só acontece se os tribunais entenderem que o criminoso pretendia “incitar ao ódio” contra um grupo protegido.

Os defensores aplaudem a decisão, considerando-a um avanço na lei de 1965, mas há quem discorde da mesma, argumentando que coloca em causa a liberdade de expressão.

De acordo com o POLITICO, confrontada com as reclamações da autora, a polícia da Escócia adiantou que nenhuma ação seria tomada contra JK Rowling.

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