Giorgia Meloni avisa Europa: os “interesses nacionais” de Itália são a grande prioridade

1 out 2022, 18:10
Giorgia Meloni

Aquela que deverá tornar-se na próxima primeira-ministra da Itália acusa os outros países europeus de colocarem os seus interesses em primeiro plano na mesa das negociações. Será agora a vez de Itália de fazer o mesmo, avisa, tendo os preços da energia como motivação

Giorgia Meloni, a líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, avisou este sábado que o país vai voltar a defender os seus interesses nas negociações europeias, colocando-se assim em primeiro plano. A posição foi assumida em Milão, no primeiro discurso após a vitória daquela que deverá tornar-se a próxima primeira-ministra de Itália, a primeira mulher nessas funções.

“A atitude de Itália precisa de regressar à defesa dos seus interesses nacionais, para encontrar soluções comuns”, afirmou, garantindo ainda que esta postura será “algo que irá mudar nos próximos meses”.

No discurso, a política da extrema-direita focou a atenção na crise energética. Itália tem defendido a definição de um teto europeu ao preço do gás, enquanto a Alemanha rejeita essa ideia. Contudo, Berlim lançou um programa de apoios de 200 mil milhões, um valor que outros países europeus como Itália não conseguem acompanhar.

Giorgia Meloni reforçou assim que são os interesses nacionais de cada estado que estão a ditar a negociação a nível comunitário. “Isto não significa uma atitude negativa em relação à Europa, mas sim uma atitude positiva em relação a nós próprios. Devemos começar pelos interesses nacionais, porque é isso que os outros fazem”, argumentou.

Neste sábado, Meloni reuniu-se ainda com Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro e líder do Força Itália, aliado na coligação de direita. Os dois informaram ter discutido os temas mais “urgentes” para o país, a começar pela energia. À saída do encontro, quando questionada sobre a eventual negociação de lugares para os diferentes partidos da coligação no próximo governo, a líder do Irmãos de Itália assegurou que “não se falou de ministros, mas de prioridades”.

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