Mais de 1.100 mortos, ajuda norte-americana "a caminho" e ordem para armar civis: retaliação de Israel está em marcha

CNN Portugal , BCE
8 out 2023, 23:30

O governo israelita está a envidar todos os esforços para retaliar os ataques do Hamas. Os civis israelitas têm agora ordem para pegar em armas de fogo. Os Estados Unidos já têm ajuda "a caminho" - e inclui um porta-aviões

O número de vítimas mortais dos ataques em Israel continua a subir. Este domingo, o último balanço oficial divulgado pelas autoridades dava conta de mais de 1.100 mortos no total.

Em Israel, as autoridades contabilizaram já mais de 700 vítimas mortais e 2.243 feridos na sequência dos ataques do Hamas. Como prometido, as Forças de Segurança de Israel (IDF) deram início à retaliação, com bombardeamentos em Gaza que provocaram já a morte de 413 palestinianos e feriram 2.300 pessoas.

Entre as vítimas mortais em Israel, já foram identificados cidadãos de várias nacionalidades: pelo menos duas mulheres ucranianas, três norte-americanos e um homem francês. Além das vítimas mortais, há ainda relatos de vários reféns capturados pelo Hamas durante os ataques. As Forças de Defesa de Israel (IDF) estão a tentar estabelecer o número exato de reféns que foram levados para Gaza, estimando que “dezenas” de pessoas foram levadas à força para Gaza. E não são apenas israelitas: o governo de Benjamin Netanyahu estima que existam "dezenas" de norte-americanos entre os reféns, sem concretizar um número concreto. Há também informação de um homem e uma mulher, de nacionalidade mexicana, entre os reféns.

Israel emite “ordem de emergência” para armamento de civis

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, emitiu uma “ordem de emergência” à divisão de licença de armas de fogo para facilitar a obtenção de armas ao maior número possível de cidadãos israelitas.

"Qualquer cidadão que cumpra os critérios para a posse de armas de fogo, sem antecedentes penais ou médicos, poderá receber aprovação para a posse de armas de fogo", indicou o gabinete do ministro, numa altura em que Israel se encontra em guerra com o grupo islâmico palestiniano Hamas.

No âmbito desta ordem, vão ser emitidas autorizações para a posse de armas de fogo com uma bonificação para a compra de até 100 munições, face ao atual limite de 50.

Biden garante que ajuda militar "está a caminho"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o apoio de Washington a Israel e garantiu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que o envio de ajuda adicional às forças de segurança israelitas “está agora a caminho”, prometendo mais “nos próximos dias”.

Por seu lado, o chefe do Pentágono anunciou que os Estados Unidos começaram a entregar munições adicionais a Israel, acrescentando que o exército norte-americano está em processo de reforço da sua presença militar no Médio Oriente. O primeiro pacote de ajuda militar “começará a partir hoje e chegará nos próximos dias”, disse o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, num comunicado, acrescentando que um porta-aviões estava a caminho do Mediterrâneo.

Segundo duas fontes das autoridades norte-americanas, que falaram sob anonimato e citadas pela agência Associated Press (AP), o Pentágono ordenou que o grupo de ataque do porta-aviões Gerald R. Ford navegasse para o Mediterrâneo Oriental para estar pronto para ajudar Israel. O USS Gerald R. Ford e os seus cerca de 5.000 marinheiros e convés de aviões de guerra serão acompanhados por cruzadores e contratorpedeiros numa demonstração de força, evidenciando assim um dispositivo pronto para responder a qualquer eventualidade.

O porta-aviões com sede em Norfolk, Virgínia, já estava no Mediterrâneo, tendo na semana passada realizado exercícios navais com a Itália no mar Jónico. É o porta-aviões mais novo e avançado dos Estados Unidos e este é o seu primeiro desdobramento completo.

Dezenas de portugueses pediram ajuda ao Governo português

Até ao momento, o Governo português recebeu pedidos de ajuda de 40 cidadãos portugueses, turistas ou residentes em Israel, que querem abandonar o país. Isto depois do último voo da TAP com partida de Telavive em direção a Lisboa, que saiu na madrugada de sábado para domingo com 128 portugueses a bordo. A companhia aérea cancelou os voos de e para a capital israelita previstos para este domingo e segunda-feira.

Entretanto, e tendo em conta a "exponencial procura por parte de cidadãos de todas as partes do mundo", o Governo português tomou a decisão de de enviar um avião da Força Aérea Portuguesa para Israel, estando a aguardar "autorização de sobrevoo por parte das autoridades israelitas". Em comunicado enviado às redações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros promete dar novas informações sobre "quando chegará o avião e quais os procedimentos a seguir por parte dos portugueses que procuram sair do país".

O Governo tem sinalizados cerca de 100 cidadãos portugueses, entre turistas e residentes, que contactaram o Gabinete de Emergência Consular apenas para assinalarem a sua presença no território, ou para solicitarem apoio na identificação de alternativas para a saída do país, as quais continuam a ser partilhadas.

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