Israel quer manter controlo sobre Gaza mesmo após eliminação do Hamas (e sem civis israelitas no território palestiniano)

CNN Portugal , BCE
5 jan, 15:17
Soldado israelita na fronteira com a Faixa de Gaza (Fonte: AP)

Plano revelado pelo ministro da Defesa israelita contraria os apelos dos EUA para a criação de uma Autoridade Palestiniana revitalizada capaz de assumir o controlo da Faixa de Gaza e para o início de uma nova ronda de negociações com o objetivo de chegar a acordo para a criação de um Estado palestiniano ao lado de Israel

Israel vai controlar a Faixa de Gaza mesmo depois da eliminação do Hamas, anunciou o ministro da Defesa israelita, adiantando que caberá a Telavive a administração diária da região, enquanto EUA, União Europeia e parceiros regionais serão responsáveis pela reconstrução do enclave palestiniano.

Yoav Gallant revelou o plano numa comunicação ao país, embora o mesmo ainda não tenha sido formalizado, nem submetido aos restantes ministros do governo de Benjamin Netanyahu.

O plano está dividido em duas fases, sendo que a primeira estabelece que a ofensiva israelita se mantém até à libertação dos reféns capturados pelo Hamas no dia 7 de outubro do ano passado e ao desmantelamento das "capacidades militares e governativas" daquele grupo de combatentes. Uma vez alcançado esse objetivo, inicia-se uma nova fase na qual o Hamas deixa de controlar Gaza e a governação do enclave palestiniano passa a ser assumida por organismos palestinianos (que Yoav Gallant não especificou, mas que, segundo o The Guardian, serão "funcionários públicos locais ou líderes comunitários").

A intenção revelada por Gallant contraria os apelos dos EUA para a criação de uma Autoridade Palestiniana revitalizada capaz de assumir o controlo da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2005, e para o início de uma nova ronda de negociações com o objetivo de chegar a acordo para a criação de um Estado palestiniano ao lado de Israel.

O ministro da Defesa israelita materializa agora a intenção de Benjamin Netanyahu - que rejeitou os apelos dos EUA - de manter o controlo sobre o enclave palestiniano, ressalvando, contudo, que isso não significa que a Faixa de Gaza vai passar a ser controlada por "civis israelitas".

“Os residentes de Gaza são palestinianos, portanto os órgãos palestinianos estarão no comando, com a condição de que não haja ações hostis ou ameaças contra o Estado de Israel”, refere-se no plano de Yoav Gallant, citado pelo The Guardian.

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