"Somos vítimas da cultura da Disney, do felizes para sempre?": Isabel Saldanha pretende responder a isso e desmistificar o "Amor e outras ressacas" numa conversa descontraída

CNN Portugal , MGR
26 jun, 18:59
Namorar (Pexels)

Um evento destinado a um “grupo seleto de crentes e descrentes no amor”

Apesar de dizer que o seu “coração já caiu mais vezes ao chão do que o seu telemóvel”, continua a intitular-se como uma romântica. Isabel Saldanha é escritora e fotógrafa e partilha há anos a sua jornada amorosa na conta pessoal de Instagram, que já tem mais de 80 mil seguidores. Em entrevista à CNN Portugal, a escritora revela que já viveu “divórcios, amores e desamores”, tendo passado por três separações de relações duradouras. “Tenho feito o meu investimento”, confessa.

Foi dessas experiências que surgiu a ideia da escritora, em parceria com a Ghost, de desmistificar o conceito do amor e perceber se “somos vítimas da cultura da Disney" e da ideia do "felizes para sempre".

O evento, intitulado “Amor e Outras Ressacas”, é destinado a um “grupo seleto de crentes e descrentes no amor”, conta a influencer, e pretende ser uma tertúlia com um ambiente descontraído que conta com queijo e vinho.

A tertúlia reúne, dia 28 de junho, um casal com 15 anos de história de amor, um viúvo, um empresário que já teve 97 namoradas, entre outros participantes. “Ninguém é especialista no amor, temos apenas as nossas experiências no amor”, esclarece Isabel. No final “não se vai concluir nada” porque “o amor é um projeto em construção” e “vamos abordá-lo em várias óticas”.

Para Isabel Saldanha, todos andamos à procura do mesmo sem saber como, do “amor, um tema que move a indústria da música, do cinema, e até da farmácia”, afirma. No entanto confirma que uma relação amorosa se pode assemelhar com um filho, que pode “parecer muito querido quando é pequenino e no futuro ser preguiçoso ou mal comportado, etc”.

A filha de 15 anos da influencer já conversou com a mãe agora que estão as duas solteiras e o “cerne das queixas são iguais". Seja com 17 anos ou com 40 anos, a escritora confirma que os homens têm comportamentos semelhantes que apenas se vão “refinando”, diz. “Há séculos que sofremos dos mesmos males, seja imaturidade seja eles serem narcisistas”, desvenda.

A verdade é que existem cada vez mais divórcios que, para Isabel Saldanha, se justificam com as mudanças do mundo e a estagnação do amor na ideia romântica e estática. Atualmente, "as pessoas estão mais impacientes e fugazes" e alegam, muitas vezes, “que não têm tempo”. “Estão apáticas, estão desacreditadas” e explica que, tal como nenhuma equipa consegue vencer o jogo se entrar a achar que vai perder, o mesmo se passa numa relação. 

Isabel acredita que a solução passa por uma educação no tópico do amor, adaptando-o aos tempos modernos. “Estamos pouco trabalhados do ponto de vista emocional”, reitera.

A escritora espera que as pessoas saiam da tertúlia com o compromisso de acolher o outro sem descurar de si mesmas: “é um misto de generosidade e egoísmo, cedências que as pessoas estão preguiçosas para fazer.” 

O objetivo é que o público perceba que se pode “olhar pro amor com razão e emoção” e que estamos em falta com alguma coisa. “É uma nota de esperança”.

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