"Vai-te embora, Basij!" Os vídeos que mostram como as jovens iranianas estão a revoltar-se nas escolas

CNN Portugal , MJC
6 out 2022, 12:09
Mulheres com véu no Irão (GettyImages)

São muitos os vídeos partilhados nas redes sociais que mostram como as raparigas se aliaram aos protestos provocados pela morte de Mahsa Amini e estão a desafiar a autoridades nas escolas e universidades

Um vídeo publicado nas redes sociais parece mostrar um grupo de alunas iranianas a desafiar um membro da temida força paramilitar Basij, que tinha sido convidado a falar na sua escola. As adolescentes agitam os seus lenços no ar e gritam: "Vai-te embora, Basiji" - protestando assim contra o facto de esta força ter ajudado as forças de segurança a reprimir os protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos.

Este é apenas um dos muitos vídeos publicados nos últimos dias nas redes sociais e que mostram como, depois das ruas, os protestos contra o regime e contra as leis repressivas a que as mulheres estão sujeitas no Irão passaram para as universidades e as escolas e estão a ser protagonizados por raparigas jovens que, na maioria das, vezes insurgem-se tirando o véu.

O ministro da Educação do Irão, Yousef Nouri, acusou na quarta-feira o "inimigo" de atacar as escolas e as universidades. Também o procurador-geral Mohammad Jafar Montazeri afirmou que as autoridades devem estar preparadas para combater os protestos de jovens iranianos, que ele alegou terem sido "enganados" pela informações partilhadas na internet.

Veja-se, aqui, um grupos de raparigas, sem véu, a gritarem "Mulheres, vida, liberdade" e a pedirem a "morte do ditador", ao mesmo tempo que destroem a imagem de Ruhollah Khomeini.

Outras imagens divulgadas nas redes sociais mostram um homem a gritar "morte ao ditador" enquanto outro grupo de raparigas anda pelo trânsito na cidade de Sanandaj, no noroeste do país, e uma mulher idosa aplaudindo enquanto alunas sem véu cantam "liberdade, liberdade, liberdade" em protesto, na rua.

Noutro vídeo, supostamente captado na cidade vizinha de Karaj, as estudantes estão a gritar e a fugir de um homem, que se acredita ser um membro das forças de segurança à paisana, que conduz uma moto no passeio. 

Um outro vídeo partilhado mostra alunas de uma escola a pisarem a fotografia do Líder Supremo ao mesmo tempo que gritam: "Não deixem o medo entrar, permanecemos juntas. Mulheres, vida, liberdade".

Os tumultos eclodiram a 16 de setembro, após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, que se encontrava sob custódia da polícia em Teerão desde 13 do mesmo mês, por uso indevido do véu islâmico, prisão efetuada pela Polícia da Moralidade.

Os últimos dados sobre vítimas dos protestos no Irão davam conta, há uma semana, de 41 mortes, segundo a televisão estatal, número que a ONG norueguesa Human Rights Iran rejeitou mais recentemente, estimando-as em 92.

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