Protestos após morte de Mahsa Amini já fizeram 92 mortos no Irão

2 out 2022, 12:09

Jovem de 22 anos tinha sido detida por "vestir roupas inadequadas"

Pelo menos 92 pessoas morreram na sequência dos protestos que espoletaram no Irão após a morte de Mahsa Amini, que foi detida pela polícia da moralidade, após ter utilizado o véu islâmico de forma incorreta, e que veio a falecer sob custódia policial. A informação está a ser avançada pela organização não-governamental Iran Human Rights.

O balanço anterior da ONG, divulgado na quinta-feira, apontava para 83 mortos nos protestos no país.

Mahsa Amini, de 22 anos e originária do Curdistão (noroeste), foi detida pela polícia da moralidade em 13 de setembro em Teerão, por "vestir roupas inadequadas".

Aquela unidade é responsável por fazer cumprir o rígido código de vestuário no Irão, onde as mulheres devem cobrir os seus cabelos e não é permitido usar roupas curtas ou apertadas, entre outras proibições. A jovem morreu em 16 de setembro no hospital, data em que começaram os protestos no país.

O movimento de protesto espalhou-se por várias cidades do país, onde manifestantes gritaram frases antigovernamentais, segundo os meios de comunicação locais.

A Iran Human Rights referiu que "milhares" de manifestantes e ativistas civis foram detidos e denunciou que portais na Internet ligados ao governo iraniano compartilharam vídeos com confissões falsas obtidas sob ameaça e tortura.

O acesso à Internet foi severamente comprometido ou completamente cortado na última semana e várias plataformas digitais estrangeiras, como Instagram, WhatsApp ou Signal, deixaram de funcionar, segundo a ONG.

"Usar munição real contra manifestantes é um crime internacional e a comunidade internacional tem o dever de prevenir e impedir esses crimes", disse Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da Iran Human Rights, num comunicado.

Amiry-Moghaddam pediu um "firme" apoio aos manifestantes e a ativação de mecanismos da ONU responsabilizar o regime iraniano.

Fundada em 2005 e registada na Noruega desde 2009, a Iran Human Rights afirma ser integrada por pessoas dentro e fora do Irão e tem membros nos Estados Unidos, Canadá, Japão e vários países europeus.

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