Buffon quer ser quarentão como Zoff… e mais alguns

28 jan 2016, 10:11
Gianluigi Buffon (reuters)

Guarda-redes italiano quer jogar no Mundial da Rússia. Terá 40 anos, como os poucos que já o fizeram

Gianluigi Buffon fez nesta terça-feira uma declaração que não pode passar sem destaque por tudo o que significa ser um dos melhores guarda-redes deste século, ser um dos futebolistas mais emblemáticos do futebol contemporâneo.

«Se conseguir esticar até ao Mundial 2018, então continuo. Depois disso, fecho a porta e deixo de jogar futebol», afirmou o guarda-redes internacional italiano.

A data (máxima) da reforma está, assim, já marcada para daqui a dois anos. Aos 38 anos (a celebrá-los nesta quinta-feira), Buffon já atingiu o topo da carreira. Já ganhou muito do que faz parte dos sonhos de todos os jogadores. A decisão de pendurar as botas já faz parte do que ele ainda tem para dar. Mesmo que não seja, como ele também questiona, a única coisa que lhe reste.



Buffon já foi campeão do mundo com a Itália (2006). Na última época falhou o título europeu de clubes pela Juventus, clube onde está desde 2001, depois de ter deixado o Parma – numa transferência na ordem dos 48 milhões de euros que o mantém como o guarda-redes mais caro de sempre.

Há coisas que ainda quererá conquistar no futebol. O futuro lhe dirá se consegue. E é isso que ele também sabe quando diz que, se conseguir, estará no próximo Campeonato do Mundo. Quando tiver 40 anos. Como Dino Zoff, o outro guarda-redes italiano que, com a mesma idade, também esteve num Campeonato do Mundo, em 1982, ganhando aí o seu título de campeão mundial (14 anos depois do título europeu de seleções).



Como Buffon (em 14 anos), também Zoff (em 11) foi um símbolo da Juventus (ambos têm seis títulos de campeão). E, como guarda-redes, donos da baliza da «squadra azzurra». Zoff defendeu a baliza da equipa nacional italiana por 112 vezes; Buffon é o mais internacional da história do futebol italiano, com 154 presenças. Para «Gigi» segue-se agora o Euro 2016.

Também em Mundiais, Buffon, com cinco participações (1998, 2002, 2006, 2010 e 2014), já passou Zoff, que teve quatro (1970, 1974, 1978 e 1982). Se estiver na Rússia em 2018, o capitão da «azzurra» estabelecerá mais um recorde; e dessa vez será absoluto: ninguém conseguiu seis Mundiais.

Na história dos Campeonatos do Mundo de futebol houve mais dois jogadores a terem marcado presença aos 40 anos. Foram eles o inglês Peter Shilton e o tunisino Ali Boumnijel. Também eles foram guarda-redes; de acordo com a regra de que é na baliza que se verifica a maior longevidade dos futebolistas. Quer Shilton quer Boumnijel participaram em três edições do Campeonato do Mundo: o jogador inglês em 1982, 1986 e 1990; o tunisino em 1998, 2002 e 2006.



Subindo acima dos 40 anos de idade, é também na baliza que se encontra o jogador mais velho de todos e jogar num Mundial. O colombiano Faryd Mondragón é o recordista absoluto de idade na competição, depois de, em 2014, ter voltado com a sua seleção aos Mundiais (os colombianos não se qualificaram entre 2002 e 2010). Mondragón jogou também nos Campeonatos de 1994 e 1998. E, já como suplente de David Ospina, estrou-se no Mundial do Brasil com 43 anos.

O segundo jogador mais velho de sempre num Campeonato do Mundo ( destronado
em 2014 do primeiro lugar pelo colombiano) foi o camaronês Roger Milla. O avançado que jogou o Mundial 1994 com 42 anos é o único que não é guarda-redes nos oito mais velhos da história (em que já entram jogadores abaixo dos 40 anos): Milla é outro dos que têm três Mundiais no currículo jogando em 1982 e 1990.

O pódio dos mais velhos fecha com o norte irlandês Pat Jennings. Com presenças nas provas de 1982 e 1986, o guarda-redes jogou o segundo dos seus Mundiais aos 41 anos. Apenas com uma presença num Campeonato do Mundo, o português mais velho num Mundial foi Vítor Damas. O guarda-redes nacional jogo o México 1986 com 38 anos.

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