Surpresas no Comité executivo da UEFA

1 jul 2000, 19:58

25º Congresso terminou no Luxemburgo

Terminou hoje no Luxemburgo o 25º Congresso da UEFA, com algumas surpresas na eleição dos membros do comité executivo. A Inglaterra regressou ao organismo após uma ausência de quatro anos, enquanto a Itália deixa de estar representada. Quanto a Portugal, confirmou-se a retirada da candidatura ao lugar por Gilberto Madaíl. 

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) considerou que este não era o momento certo para concorrer ao cargo. As hipóteses de uma vitória portuguesa também deviam ser limitadas, numa eleição em que havia 13 candidatos para sete lugares. 

O italiano Antonio Matarrese não foi reeleito por um voto e deixa assim um cargo que ocupava há 12 anos. De acordo com a versão oficial, a UEFA pretende ter no lugar apenas presidentes das Federações nacionais e Matarrese não o é. Mas, de acordo com observadores do congresso do Luxemburgo, este foi um aviso à Itália para resolver a turbulência interna nas suas organizações desportivas, que têm sido abaladas por suspeitas de falseamento de resultados desportivos e casos de doping. 

Os italianos dizem que foram traidos. «De acordo com os nossos cálculos tinham-nos sido prometidos 40 votos e fomos traídos. As Federações pequenas e médias não gostam do poder que nós temos no futebol. Mas voltaremos», disse Luciano Nizzola, presidente da Federação italiana. 

A eleição de Geoff Thompson, presidente da Federação inglesa, foi outra das surpresas, sobretudo numa altura em que as relações entre a UEFA e as instituições inglesas são delicadas. Recorde-se que a UEFA ameaçou expulsar a Inglaterra do Euro-2000, por causa dos incidentes com hooligans. 

Os dirigentes eleitos para o comité executivo da UEFA são: Marius Lefkaritis (Chipre), Gerhard Mayer-Vorfelder (Alemanha), Jeu Sprengers (Holanda), Per Ravn Omdal (Noruega), Claude Simonet (França), Geoff Thompson (Inglaterra) e Josesph Mitsud. 

Realizou-se ainda a eleição para os quatro representantes da UEFA no executivo da FIFA. O espanhol Angel Villar foi reconduzido e será acompanhado de Michel D'Hooge (Bélgica), Senes Erzik (Turquia) e Viacheslav Koloskov (Rússia). 

No congresso do Luxemburgo procedeu-se ainda à aprovação da revisão dos estatutos da UEFA, uma mudança que reforça os poderes de Gerhard Aigner, o qual passa de secretário-geral a director-executivo. Na reunião voltou-se ainda a abordar o acordão Bosman.  

Bosman sempre na agenda 

Na sexta-feira, o Congresso da UEFA contou com a presença de Viviane Reding, comissária europeia, que foi reafirmar a sua posição em defesa da livre circulação dos trabalhadores. Mas a UEFA continua a pressionar para conseguir uma solução de compromisso que proteja os clubes.  

O congresso terminou com a comunicação da adopção de uma resolução comum da UEFA e da FIFA instando os Governos a proteger «os valores fundamentais do futebol».

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