Apoio do Brasil à África do Sul indigna Beckenbauer
A Alemanha admitiu retirar a candidatura à organização do Mundial-2006 quando soube da aliança entre o Brasil e a África do Sul. Quem o diz é Franz Beckenbauer, o líder da candidatura alemã, que admite também que o seu país tem poucas hipóteses, se se confirmar que a candidatura sul-africana reúne os votos das confederações africana e sul-americana.
O Brasil anunciou ontem que desistia da corrida a favor da África do Sul, a troco do apoio africano numa eventual candidatura brasileira para 2010. «Quando soubemos disso, interrogámo-nos se devíamos continuar, mas decidimos prosseguir», afirmou Beckenbauer, que dirigiu palavras muito duras à movimentação conjunta do Brasil e da África do Sul: «Isto é comércio de cavalos, dirigido directamente a nós.»
A decisão, que será anunciada na quinta-feira, é tomada pelos 24 membros do comité executivo da FIFA. Joseph Blatter, o presidente do organismo que tutela o futebol mundial, tem voto de qualidade, em caso de empate.
O apoio do Brasil, se se estender, como parece, a toda a Confederação Sul-Americana (Conmebol) representa um grande impulso à candidatura sul-africana. Já hoje, o presidente da república sul-africana, Nelson Mandela, disse que contava 12 votos garantidos e que iria fazer uns telefonemas para procurar assegurar o voto que falta, segundo as suas contas.
Esta parece ser cada vez mais uma corrida a dois entre a Alemanha e a África do Sul, embora a Inglaterra e Marrocos mantenham as candidaturas. As ambições da Inglaterra sofreram um duro golpe depois dos problemas com «hooligans» no Euro-2000, enquanto Marrocos pareceu sempre ser um «outsider». Os responsáveis marroquinos garantem que continuam, no entanto, optimistas.
