“Estaremos na primeira linha de combate a Pedro Nuno Santos”, garante Iniciativa Liberal

Agência Lusa , AM
16 dez 2023, 14:21

Afirmando que “Portugal inteiro é o título da moção de estratégia que Pedro Nuno Santos apresentou ao Partido Socialista”, Rui Rocha admitiu que, “como diagnóstico, é um belo título, porque revela bem o estado em que o PS deixou o país”

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) garantiu este sábado, em Leiria, que irá estar na “primeira linha de combate a Pedro Nuno Santos”, que está a disputar hoje as eleições para secretário-geral no partido socialista.

Rui Rocha, presidente da IL, afirmou este sábado, numa intervenção na reunião do Conselho Nacional, que terá uma “oposição ao modelo de sociedade de que Pedro Nuno Santos foi cúmplice e que quer agora continuar a reproduzir, se por acaso vier a ser governante deste país”.

“Estaremos na primeira linha de combate a Pedro Nuno Santos”, prometeu.

Além do deputado e ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, concorrem a secretário-geral do PS o titular da pasta da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o dirigente da linha minoritária Daniel.

Afirmando que “Portugal inteiro é o título da moção de estratégia que Pedro Nuno Santos apresentou ao Partido Socialista”, Rui Rocha admitiu que, “como diagnóstico, é um belo título, porque revela bem o estado em que o PS deixou o país”.

“Se o próprio candidato a líder do PS tem necessidade de dizer que é preciso um Portugal inteiro, isso significa que Portugal está partido”, reforçou.

O líder da IL considerou que há um “sinal claro de derrota da proposta de Pedro Nuno Santos”, caso viesse a ser primeiro-ministro, "na parte que diz respeito aos impostos". "Pedro Nuno Santos fala vagamente da descida do IRS, diz que devemos olhar para alguma redução de impostos, para o IVA e impostos indiretos. Diz que poucas pessoas pagam IRS em Portugal e que continuarão a ser poucos os que pagam”, adiantou.

Rui Rocha considerou que esta afirmação “é uma enorme derrota, porque significa que Pedro Nuno Santos não acredita que é possível subir rendimentos aos portugueses. Continuaremos a ser um país medíocre do ponto de vista económico e do crescimento”, criticou, ao defender que a IL quer “um país em que as pessoas subam na vida pelo seu trabalho”.

Apontando que os “impostos e o IRS asfixiam as pessoas”, Rui Rocha disse que o mesmo se passa com as empresas. “Queremos e precisamos de empresas que queiram crescer. O sinal que o PS, estes anos, deu e continuará a dar com Pedro Nuno Santos é que é melhor que as empresas não crescem, porque se crescerem pagam mais, sujeitam-se a mais burocracias”, precisou.

O líder da IL criticou ainda a tributação elevada de que é alvo a classe média, “que ganha muito pouco e que é muito tributada”, referindo ainda que o país está partido para os jovens que “não emigram por opção mas como algo a que são obrigados”.

Desde as últimas eleições legislativas, Rui Rocha entende que “nada melhorou, tudo piorou”, pelo que, afirmou, não se conforma com este país.

Para o presidente da IL, “Portugal está partido na saúde”, face à falta de soluções no acesso aos cuidados de saúde.

“Conhecemos todos os casos chocantes em que o PS deixou os serviços de saúde em Portugal. “Em dezembro, temos sistematicamente 30, 35, 40 serviços de urgência que não funcionam em todo o país ou que estão gravemente condicionados”, identificou.

Rui Rocha apontou ainda que Portugal está partido na educação. “Estão aí os resultados do PISA a dizer que esta geração foi abandonada pelo PS, porque insistiu em manter as escolas fechadas durante a pandemia tempo demais” e “não assegurou planos de recuperação adequados a essa geração”, acrescentou.

Aflorando algumas das premissas do partido, o líder da IL sublinhou que a “proposta para a saúde é do melhor que se faz”, pois as pessoas “podem ter o cuidado de saúde que preferirem”.

“Podem dizer: quero ir ao serviço público, mas se ao lado houver uma porta aberta no setor privado ou no setor social, a pessoa pode escolher essa oferta. É melhor a pessoa decidir a qual porta quer bater do que não ter nenhuma para bater, que é o que temos hoje”, lamentou.

“Portugal a crescer e a caminhar” são também um dos desígnios da IL, que defendeu ainda uma menor carga fiscal sobre os trabalhadores independentes e liberais e sobre os proprietários de imóveis.

Cabeças de lista por Aveiro, Leiria e Faro revelados

O presidente da Iniciativa Liberal anunciou os cabeças de lista do partido pelos distritos de Aveiro, Leiria e Faro, que apresentou ao Conselho Nacional, que está reunido em Leiria.

Rui Rocha afirmou que pelo círculo de Leiria foi proposto ao Conselho Nacional o nome de Miguel Silvestre, que tem um “profundo conhecimento sobre o tecido empresarial” e “da realidade social do distrito”.

Numa nota enviada à Lusa, a IL adiantou que Miguel Silvestre tem 46 anos, reside em Alcobaça e foi candidato nas eleições autárquicas de 2021 à Câmara Municipal de Alcobaça.

É há sete anos diretor do Parque Tecnológico de Óbidos, concelho onde já foi responsável pela Rede de Museus e Galerias Municipais e adjunto do anterior presidente da câmara, enquanto coordenador da estratégia “Óbidos Criativa”.

Pelo círculo de Faro, foi apresentado o candidato Pedro Bettencourt, chefe de operações da ANA Aeroportos em Faro.

Com 35 anos de experiência no setor da aviação, a trabalhar em Faro desde 2000, é licenciado em Ciência Política, referiu a IL.

Mário Amorim Lopes é a proposta para cabeça de lista pelo distrito de Aveiro. Com 38 anos, tem um mestrado em Engenharia Informática, um mestrado em Economia e um doutoramento na área de Gestão, Economia e Políticas de Saúde, indicou o partido na mesma nota.

É membro da Assembleia Municipal do Porto, onde exerce o mandato desde setembro de 2021.

Rui Rocha já tinha anunciado, na sexta-feira, que será candidato às eleições legislativas de 10 de março pelo círculo eleitoral de Braga.

“No círculo de Setúbal, vamos apresentar ao Conselho Nacional a Joana Cordeiro como cabeça de lista”, disse Rui Rocha na sexta-feira, em Setúbal, adiantando logo de seguida outros nomes que serão submetidos a votação no Conselho Nacional da IL, que se realiza hoje.

Bernardo Blanco e Mariana Leitão por Lisboa, Carlos Guimarães Pinto e Patrícia Gilvaz pelo Porto, João Cotrim Figueiredo pelo círculo da Europa e o independente Pedro Brinca por Coimbra foram outros nomes anunciados por Rui Rocha em Setúbal.

A deputada e ex-candidata à liderança da IL Carla Castro anunciou esta sexta-feira que recusou o convite para integrar a lista do partido às legislativas antecipadas de março entre o quinto e o sétimo lugar pelo círculo eleitoral de Lisboa.

A deputada, que perdeu as eleições internas para o atual presidente da IL decidiu não aceitar o convite, uma decisão que já comunicou ao Conselho Nacional.

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