Uma seleção que, afinal, não estará assim tão rejuvenescida

13 mai 2014, 10:35
Ross Barkley (Reuters)

Roy Hodgson revelou quem são os seus 23 eleitos para o Mundial do Brasil. Há «sangue novo», mas as diferenças para a anterior grande competição não são assim tantas…

A seleção da Inglaterra divulgou nesta segunda-feira a lista dos 23 convocados para o Mundial do Brasil. São 23 jogadores, mais sete elementos que ainda estão pré-convocados e, no total, serão 30 os jogadores que o selecionador Roy Hodgson trará ao Algarve para o estágio dos ingleses. Mas, se não acontecer nada com os 23 eleitos, a lista de hoje será a definitiva.

A divulgação dos 23 suscitou conclusões apontando para o rejuvenescimento da equipa nacional inglesa, com os nomes de Ross Barkley, de 20 anos, e de Raheem Sterling, de 19, à cabeça. Os jogadores do Everton e do Liverpool, respetivamente, com três e duas internacionalizações pela seleção principal de Inglaterra, foram os exemplos mais puxados
para significar este sangue novo
inglês que Hodgson quer injetar.

O selecionador inglês também deu corpo a esta corrente
classificando Barkley como «um jogador entusiasmante», com «um enorme talento». E reforçou que se o médio do Everton «conseguir manter este nível terá um futuro risonho pela frente». Mas, também, refreou demasiados entusiasmos: «Espero que as pessoas sejam realistas com as expectativas. Ele pode ser um grande valor para a equipa, mas não quero que pensem que cada vez que ele tiver a bola marcará um golo como fez ao Manchester City.»



«Ou que ele pode fazer 40 metros a driblar os adversários», continuou Hodgson sobre Barkley: «Os futebolistas, simplesmente, não fazem isso.» As indicações quanto a uma possível titularidade ficaram no ar, mas, mais do que isso, é o tal sangue novo
que se quer frisar. Mas, quer os 20 anos de Barley, quer os 19 de Sterling não são assim tão surpreendentes.

No Euro 2012, o selecionador da Inglaterra era também já Roy Hodgson. E o técnico inglês chamou na altura  Alex Oxlade-Chamberlain, então com 18 anos e (também) apenas cinco internacionalizações pela seleção principal. É um exemplo de que há um processo, mais do que uma mudança – o jogador do Arsenal continua entre os eleitos.

A ala esquerda da defesa inglesa é a que dá mais força a este rejuvenescimento, pois, apesar de Leighton Baines não ser um jovem, Luke Shaw, de apenas 18 anos, aparece como a outra opção
. E, com isto, foi Ashley Cole quem acabou por ficar de fora – quer dos 23, quer, sequer, dos sete suplentes dos eleitos. Mostrou compreensão e, 107 internacionalizações depois, Cole deixou a seleção inglesa.




Entre estes sete reservas Hodgson ainda incluiu jogadores como Jermaine Defoe, Andy Carroll, ou Michael Carrick. O médio do Manchester United, que já não tinha estado no Euro 2012 também não deixou de expressar a sua desilusão por ficar na segunda linha.




E se as reservas, como já se viu, têm tanto aqueles (últimos) mais velhos como têm Jon Flanagan (20 anos e nenhuma internacionalização) ou John Stones (19 anos e também nenhuma internacionalização), entre os 23 escolhidos por Hodgson o sangue novo
mistura-se também com o mais experiente. Já não há John Terry, por exemplo, mas Frank Lampard volta aos eleitos, assim como Steven Gerrard irá manter a braçaderia de capitão. O jogador do Chelsea tem agora 103 jogos internacionais; o do Liverpool, 109.

Esta seleção inglesa para o Mundial do Brasil terá mais jogadores mais novos do que a que Hodgson levou ao Euro 2012, mas os mais velhos também estão mais velhos. Há jovens como Jack Wilshere, Daniel Srurridge, mas há também permanências como Glen Johnson, James Milner ou Wayne Rooney.

E se se fizer a média de idades entre os 23 que o selecionador inglês levou ao Europeu da Polónia e da Ucrânia e os 23 que são a sua opção para o Mundial 2014, até se acaba por verificar que a do Euro 2012 é superior… se bem que por apenas duas décimas, mas superior: médias de 25,8 anos no Campeonato da Europa e 26 anos certos agora. E no Mundial do Brasil não estará um único jogador inglês (dos 23 já eleitos) sem qualquer internacionalização.

Em jeito de P.S.
, destaca-se que uma das grandes alterações entre as duas listas de convocados da Inglaterra de Roy Hodgson para Europeu e Mundial é que o técnico inglês só não mudou na escolha de três guarda-redes; de resto, para o Brasil levará sete defesas (em vez de oito, como no Euro 2012), nove médios (em vez de sete) e quatro avançados (em vez de cinco).

Há quem tivesse desde logo – ainda não se conhecia a lista dos 23 – manifestado que faltava um jogador à seleção inglesa. E, no «Youtube», aqueles que assinam como «thebandofgod» não fizeram por menos. E suspiraram «if Messi was an englishman...» [«se Messi fosse inglês...»]



Veja aqui a lista dos convocados da Inglaterra para o Mundial 2014.

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