Câmara de Odemira repudia "comportamentos que não respeitem direitos humanos"

Agência Lusa , PF
17 dez 2021, 17:15
Odemira

Autarquia liderada pelo socialista Hélder Guerreiro salienta, contudo, que “os factos relatados não refletem a normal atuação da GNR”

A Câmara de Odemira repudiou esta sexta-feira “toda e qualquer forma de violência” e “comportamentos que não respeitem os direitos humanos”, mostrando-se solidária para com os imigrantes vítimas de atos de tortura por elementos da GNR.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o município de Odemira, liderado pelo socialista Hélder Guerreiro, “repudia toda e qualquer forma de violência e todos os comportamentos que não respeitem os direitos humanos”.

O autarca, citado no comunicado, “lamenta profundamente” os acontecimentos divulgados pela TVI/CNN Portugal que “envolvem alegados atos de tortura e agressão de militares da GNR contra cidadãos imigrantes residentes” em Odemira, apresentando “uma palavra de solidariedade” para com os visados.

“As pessoas são o recurso mais valioso de Odemira, um território de inclusão e interculturalidade”, reafirmou Hélder Guerreiro, defendendo que “o assunto deve ser tratado até às últimas instâncias para apurar a verdade, as devidas responsabilidades e consequências”.

Na nota, o presidente da Câmara de Odemira diz confiar na justiça e nas diferentes instituições e acreditar que “os factos relatados não refletem a normal atuação da GNR” .

Esta é uma “entidade com a qual os autarcas de Odemira têm sempre mantido uma relação de colaboração e respeito, sendo importante que se mantenha a confiança nas forças de segurança”, frisou.

O autarca lamentou ainda que “Odemira continue a ser notícia pelas piores razões, uma vez que este é um território gerador de boas práticas, de boas gentes, de uma natureza ímpar, uma gastronomia única, capaz de atrair anualmente milhares de visitantes”.

Sete elementos da GNR estão acusados de um total de 33 crimes por humilharem e torturarem imigrantes em Odemira, Beja, em 2019, atos que os próprios filmaram. Três destes elementos da GNR são reincidentes e já tinham sido condenados a penas suspensas por agressões a imigrantes em 2018.

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