Tem saudades da Huawei? O telefone que procura pode muito bem ser um Honor

6 mai 2023, 11:00
Honor Magic5 Pro apresentado no Mobile World Congress 2023 em Barcelona. 27 fevereiro 2023. Foto: Joan Cros Garcia - Corbis/Getty Images

OPINIÃO. A apresentação oficial do Honor Magic5 Pro foi a primeira alguma vez realizada pela marca em Portugal

Para os mais distraídos, a marca Honor já foi da Huawei. As duas marcas decidiram seguir caminhos independentes em 2020. Este Honor Magic5 Pro é de resto uma espécie de Huawei Mate 50 Pro "revisto e aumentado", com melhor câmara, ecrã e bateria, e o mais recente Snapdragon 8 Gen 2. Não é coisa pouca. E ao contrário da Huawei, continua a integrar legalmente todo o Android mais recente, sem as limitações impostas pelos EUA ao software da Google e aos acessos 5G.

Mas sim, é uma marca chinesa, com uma posição confortável no seu mercado de origem - onde detém uma fatia de 18% depois de venderem mais de 52 milhões de telemóveis no ano passado. Para além disso ainda fazem auriculares, smartwatches, tablets, portáteis, e por aí fora.

Para os menos geek entre nós, é todavia natural que a marca lhes seja estranha. A apresentação oficial do Honor Magic5 Pro foi a primeira alguma vez realizada pela marca em Portugal, e o nervosismo da equipa (com chefia espanhola) era patente.

Os specs da máquina são francamente satisfatórios. É um daqueles aparelhos que ainda cabe na mão e no bolso do casaco, fininho quanto baste (8,77mm), com um ecrã de 6,81 polegadas, OLED, 120Hz, HDR+, 1800 nits (máx.). Traduzindo isto em miúdos: é um ecrã confortável à vista e acima da média, mesmo debaixo de sol encadeante.

Mas o ponto de honra do Magic5 Pro são mesmo as câmaras. A das selfies, por exemplo, é uma grande angular com 12Mpx, f/2.4, 100º, a permitir reconhecimento facial para desbloquear o telemóvel. Se não for fã, pode sempre usar o sensor de impressões digitais oculto debaixo do próprio ecrã.

Na traseira, as 3 câmaras da praxe surgem alinhadas em triângulo sobre uma base circular. Tem um quê de simbolismo obscuro, mas não parece mal - de todo. A teleobjectiva periscópica (50Mpx, f/3.0, 90mm) será porventura a mais interessante, com um zoom óptico de 3,5x - que pode ir até uns 10x bastante credíveis, alegadamente lossless, high quality, graças ao sensor de dimensões generosas e às capacidades de processamento digital do aparelho. A Honor garante que a inteligência artificial lhe permite escolher o melhor de vários frames, para depois os fundir numa única imagem, mesmo em situações de pouca luz e/ou alta velocidade. Depois ainda temos uma grande angular (50Mpx, f/2.0, 13mm), e a básica (outra wide, com 50Mpx, f/1.6, 23mm).

Andei aí a brincar com as várias lentes, e acho que nas fotos dá para perceber o que se consegue fazer com elas.

As três câmaras do Honor Magic5 Pro surgem alinhadas em triângulo sobre uma base circular. Foto: DR

O vídeo continua a não me deslumbrar (gravações a 4K a 30fps, 1080p a 30 ou 60fps), mas esse é um problema que tenho tido com todos os Android nos anos mais recentes. Não tive tempo de verificar se existe de facto um limite de 15m para as gravações de vídeo, como li algures na Internet, por entre queixas de alegado sobreaquecimento e throttling (que é quando a máquina não consegue dar conta de toda a informação que está a receber). Mas verdade seja dita, com 12GB de RAM e 512GB de armazenamento, isso parecer-me-ia algo estranho.

De resto, temos aqui uma máquina IP68, resistente aos salpicos e ao pó, com uma arquitectura que alegadamente impede eventuais conflitos entre o Bluetooth e o Wi-Fi, e uma bateria de 5100mA/h que deverá ser mais que suficiente para um dia de uso intensivo.

Em Portugal o Magic5 Pro está disponível em dual SIM, em preto ou verde-prado. Quanto vale? Pois, esse é o busílis da questão. 1200€, menos um cêntimo: 1999,99€. Tunga.

Está bem que é um topo-de-gama, mas é seguramente menos competitivo que o Magic5 Lite, por exemplo, que é uma máquina (obviamente) menos brilhante mas igualmente agradável, com uma bateria que pode durar facilmente dois dias antes de gritar para ser ligada à tomada, que fica na ordem dos 400€.

O Magic5 Lite é um telefone igualmente agradável, sobretudo no preço: 400€. Foto: DR

E deixa-nos a pensar quanto virá a custar o Magic5 Vs, o prometido desdobrável da Honor em que estivemos a mexer e que promete ser o foldable mais fino do mercado (12,9mm quando em modo tablet, em pouco mais de 260 gramas). As datas de lançamento e os preços concretos continuam por anunciar.

Magic5 Vs, o prometido desdobrável da Honor, ainda sem data de lançamento nem preço anunciado. Foto: DR

O Honor Magic5 Pro e o Lite já estão disponíveis para compra direta nas operadoras portuguesas (onde encontrarão certamente ofertas, descontos e facilidades próprias), não se sabendo ainda quando chegam ao retalho tradicional.
 

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