"Só se ameaça com o uso de armas nucleares quando nada mais está a funcionar", diz o presidente ucraniano
Em entrevista ao jornal alemão Die Zeit, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky desvalorizou as ameaças nucleares feitas por Vladimir Putin, acusando o presidente russo de "bluff" e de um "sinal de fraqueza".
"Acho que a ameaça de uma guerra nuclear é um bluff", disse Zelensky, referindo-se ao discurso de Putin feito no dia 27 de fevereiro e no qual disse que tinha ordenado que as forças de dissuasão do seu país – que incluem armas nucleares – estivessem no estado de alerta máximo.
"Só se ameaça com o uso de armas nucleares quando nada mais está a funcionar. (...) Todo o uso de armas nucleares significa o fim para todos os lados", afirmou Zelensky, citado pela CNN Internacional.
Numa segunda entrevista, desta vez à Sky News, o presidente ucraniano voltou a tecer críticas ao Ocidente, incutindo-lhe parte da responsabilidade pelo que está a acontecer e poderá vir a acontecer na Ucrânia. No seu escritório em Kiev, Zelensky afirmou que o seu país não pode parar a guerra contra a Rússia sozinho e instou os países que condenam a ação russa a agir agora.
Zelensky acusou o Ocidente de indecisão na questão de "fechar" o espaço aéreo e voltou a apelar ao seu encerramento. "Não esperem que eu peça várias vezes, um milhão de vezes. Fechem o céu e parem os bombardeamentos", apelou, frisando que o encerramento do espaço aéreo não iria tornar o conflito pior. "Pior para quem? Para as nossas famílias? Não. Para eles? Quem sabe? Ninguém sabe. Mas sabemos que isto agora está muito mau. E no futuro será demasiado tarde".
Na entrevista ao canal britânico, o presidente da Ucrânia deixou ainda um alerta caso nada seja feito por agora: "A terceira guerra mundial começará e só então [o Ocidente] fará uma zona de exclusão aérea - mas será demasiado tarde".
