Putin admite usar "todos os meios disponíveis" contra a Polónia: "A parte oeste da Polónia foi um presente de Estaline. A Polónia esquece-se disso e vamos relembrá-los"

21 jul 2023, 13:57
Vladimir Putin (imagem AP)

Lembrete: Polónia é NATO. A tensão escala. O que escalará mais além da tensão?

É uma ameaça direta: “Uma agressão contra a Bielorrússia significará uma agressão contra a Rússia", avança a agência Reuters, citando Vladimir Putin.

A ameaça dirige-se à Polónia, que deslocou parte das suas tropas para a fronteira a leste, onde a Bielorrússia anunciou que vai realizar exercícios militares juntamente com mercenários do grupo Wagner. Perante a tensão crescente, Putin acaba de traçar uma linha vermelha e promete: "A Rússia vai reagir a qualquer agressão contra a Bielorrússia com todos os meios disponíveis”.

O presidente russo afirma que “a parte oeste da Polónia foi um presente de Estaline ao país, a Polónia esquece-se disso e vamos relembrá-los”. No rol de acusações de Putin contra Varvósia está ainda a teoria de que o país tem ambições territoriais na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e que os líderes polacos estão a atuar “sob o guarda-chuva da NATO e a intervir no conflito na Ucrânia”.

Quanto ao Ocidente alargado, Putin diz que a "Ucrânia já perdeu dezenas de milhares de soldados" enquanto "o mundo vê o quão bem arde o armamento ocidental". O líder russo acrescenta, por fim, que o Ocidente está a ”planear enviar combatentes polacos e lituanos para serviram de ‘carne’ na Ucrânia”.

Esta sexta-feira, a Polónia decidiu enviar formações militares, que estavam sediadas no oeste do país, para o flanco oposto junto à fronteira com a Bielorrússia. O anúncio foi feito pelo secretário do comité de segurança polaco, Zbigniew Hoffmann, de acordo com a agência de notícias polaca PAP.

Quinta-feira, Varsóvia começou a deslocar mil militares e armamento para o leste do país. Anteriormente, a 2 de julho, a Defesa polaca anunciou também que iria enviar mais 500 polícias para garantir a segurança na fronteira com a Bielorrússia, perante o aumento do número de migrantes e para lidar com eventuais novas ameaças após a chegada dos mercenários do grupo Wagner à Bielorrússia.

Um batalhão do grupo Wagner está a 10 quilómetros da Polónia e a Polónia anuncia: "Estamos preparados para qualquer cenário" 

A Bielorrússia anunciou esta quinta-feira novos exercícios militares de treino na base militar junto à cidade bielorrussa de Brest. Esta é uma situação comum junto à fronteira da NATO, mas desta vez há algo diferente: à armada de Minsk vai juntar-se o grupo de mercenários Wagner, que chegou ao país no início da semana.

Pelo menos três batalhões Wagner já estarão na base de Brest na Bielorrússia. (imagem capturada a 17 de julho, fonte: CNN/Planet Labs)

Minutos após o anúncio do Ministério da Defesa da Bielorrússia, a Defesa polaca assegurou que está a monitorizar as operações do exército bielorrusso e do grupo Wagner, garantindo estar preparada para qualquer cenário.

“A fronteira da Polónia está segura, estamos a monitorizar a situação a Este da fronteira e preparados para qualquer cenário de acordo com os desenvolvimentos”, diz o Ministério da Defesa da Polónia através de um e-mail a que a agência Reuters teve acesso.

A cidade bielorrussa de Brest fica a leste da Polónia, a pouco mais de dez quilómetros da fronteira com a NATO.

Segunda-feira, 9:00 em Lisboa, os Wagner chegavam à base de Brest na Bielorrússia. (imagem capturada a 17 de julho, fonte: CNN/Planet Labs)

O primeiro batalhão do grupo Wagner chegou à base bielorrussa, de acordo com as imagens de satélite a que a CNN teve acesso, na segunda-feira e pelo menos mais dois grupos de combate estariam a caminho.

As imagens de satélite da Planet Labs mostraram o primeiro batalhão a chegar ao complexo na Bielorrússia, que estava vazio há vários anos, pouco depois das 11:00 de segunda-feira (9:00 em Portugal Continental). Os vídeos foram autenticados e geolocalizados pela CNN.

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados