Cidade de Zelensky alvo de "ataque maciço" da Rússia. Há 11 mortos e vários feridos

13 jun 2023, 09:32

Presidente ucraniano fala em terrorismo após o ataque a Kryvyi Rih, que também já foi condenado pela ONU

“Corri para a porta, mas estava muito quente… o fumo era intenso.” Olha Chernousova foi uma das milhares de pessoas que acordaram debaixo de um “ataque maciço de mísseis” em Kryvyi Rih, cidade-natal do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

O ataque destruiu várias infraestruturas civis, incluindo um bloco de apartamentos de cinco andares, onde 11 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas. É precisamente ali que as autoridades continuam à procura de sobreviventes, temendo-se que existam vítimas debaixo dos escombros.

Foi a explosão que acordou Olha Chernousova, que vivia naquele bloco de apartamentos. A mulher contou à agência Reuters que teve de esperar algum tempo por ajuda. “Pensei que teria de saltar para uma árvore para fugir das chamas”, explicou. Mas os bombeiros chegaram e conseguiram salvá-la.

Já na rua, um cenário de catástrofe: vidros e tijolos por todo o lado, bem como vários carros destruídos. Um vídeo partilhado nas redes sociais, e que também foi publicado pelo conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, mostra o impacto dos bombardeamentos num dos apartamentos atingidos.

Volodymyr Zelensky acusou os “assassinos russos” de continuarem uma “guerra contra edifícios residenciais, cidades normais e pessoas”.

“As minhas condolências aos que perderam os seus entes queridos. Os terroristas nunca vão ser perdoados e vão ser responsabilizados por cada míssil que lançarem”, reiterou.

Palavras semelhantes às da coordenadora humanitária da Organização das Nações Unidas para a Ucrânia. Denise Brown afirmou que “a lei humanitária internacional é clara: civis e infraestruturas civis não são um alvo”. “A invasão russa, mais uma vez, tirou vidas e trouxe sofrimento ao povo da Ucrânia”, acrescentou.

Já um dos conselheiros da presidência ucraniana vê neste ataque um motivo para que o Ocidente se apresse nas decisões que tem de tomar. Ainda que sem referir concretamente os apoios que a Ucrânia espera, as palavras de Mykhailo Podolyak, que pediu "decisões-chave" aos líderes ocidentais, deixam antever um novo pedido de equipamentos - como os caças F-16 ou mais carros de combate Leopard 2.

“Este tipo de coisas acontece todas as noites. A Federação Russa está descaradamente a destruir a Ucrânia”, disse Mykhailo Podolyak. “Percebo que sentados a milhares de quilómetros da Ucrânia pode falar-se de geopolítica, localidades e de uma indesejável escalada por meses. Mas decisões-chave vão ter de ser tomadas”, acrescentou.

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