Vários responsáveis ucranianos falaram sobre as últimas movimentações russas, apontando ao objetivo de tomar o Donbass, incluindo Mariupol
O foco da Rússia na Ucrânia mudou-se para leste, onde as tropas de Vladimir Putin tentam assegurar o controlo da região do Donbass, nomeadamente das cidades de Donetsk e Lugansk, mas também de Mariupol, cuja conquista permitirá estabelecer um corredor entre o território russo e a Crimeia.
O Ocidente e a Ucrânia afirmam que este é o grande objetivo a curto prazo, mas as autoridades ucranianas temem que, a longo prazo, possa haver um novo ataque generalizado, nomeadamente a Kiev.
De acordo com o vice-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, esse é o cenário que se pode seguir à tomada de controlo de Donetsk e Lugansk.
“É provável que o inimigo não tenha desistido do objetivo de um segundo ataque a Kiev, essa é uma ameaça real”, afirmou Oleksandr Gruzevich, citado pela agência Reuters.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia concorda, e diz mesmo que o objetivo final da Rússia é “capturar” toda a Ucrânia. Hanna Malyar também entende que agora as atenções se centram no Donbass, mas alerta para movimentações russas que se destinam a ganhar tempo para que possam descobrir como entrar em Kiev e combater o exército ucraniano de forma mais eficaz.
Já o conselheiro do presidente ucraniano parece mais otimista. Para Oleksiy Arestovych, o objetivo russo também é tomar conta do Donbass, só que o responsável não acredita que isso vá acontecer.
“A situação está sob controlo”, disse, em declarações na televisão nacional, referindo que o esforço russo para tomar Mariupol vai ser em vão.
Do lado de fora, o Reino Unido, que diariamente faz atualizações à situação na Ucrânia, confirma que o foco da Rússia se deslocou para leste, acrescentando que as tropas russas estão a lidar com dificuldades motivacionais e no abastecimento de meios para a guerra.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 7 April 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) April 7, 2022
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Um oficial do exército ucraniano disse mesmo à agência Reuters que a Rússia já está a utilizar tanques antigos.