Três diplomatas dizem sob anonimato à Reuters que o pacote de sanções poderá ser aprovado já na segunda-feira
A União Europeia (UE) vai aprovar um pacote de sanções contra várias personalidades suspeitas de envolvimento nos maus-tratos e morte do crítico do Kremlin Alexei Navalny, numa colónia penal do Ártico.
A informação foi avançada esta sexta-feira por três diplomatas sob anonimato à Reuters. Segundo as fontes, as sanções deverão ser aprovadas na segunda-feira, no rescaldo dos três dias de eleições presidenciais na Rússia que vão renovar a presidência de Vladimir Putin por mais seis anos.
"Penso que vamos ver um acordo político no que toca a sanções contra pessoas que estiveram envolvidas na morte de Navalny", disse um dos diplomatas à agência noticiosa. As outras duas fontes disseram que uma decisão política deverá ser alcançada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, mas que as medidas só deverão ser adotadas mais tarde por "motivos técnicos".
Navalny morreu há cerca de um mês, aos 47 anos, enquanto cumpria uma série de penas de mais de 30 anos de prisão por alegada fraude, extremismo e outras acusações formais que o dissidente manteve sempre que foram fabricadas para o silenciar. Em 2020, o crítico de Putin e ativista anticorrupção já tinha sobrevivido a uma alegada tentativa de envenenamento.
No certificado de óbito de Navalny, as autoridades russas invocaram "causas naturais" para explicar a sua morte. A versão é contestada pelos seus apoiantes, que acusam a Rússia de assassínio, uma alegação que o Kremlin continua a desmentir.
Em fevereiro, um grupo de oito países da UE tinha escrito ao chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, a pedir mais sanções contra procuradores, autoridades judiciárias e penitenciárias da Rússia na sequência da morte de Navalny.
