"Bateram-me 15 vezes na perna": ex-assessor de Navalny atacado a martelo por "um bandido de Putin"

13 mar, 11:30
Leonid Volkov (AP)

Leonid Volkov está exilado na Lituânia desde 2021 - e foi lá que foi atacado

Leonid Volkov, antigo assessor e aliado de longa data do opositor russo Alexei Navalny, foi hospitalizado esta terça-feira depois de ter sido alvo de um ataque em frente à sua residência em Vilnius, capital da Lituânia. O ataque foi descrito pelo próprio como "um olá característico de um bandido" de Putin.

Num vídeo publicado no seu canal do Telegram, Leonid Volkov conta que foi agredido com um martelo. "[O agressor] Bateu-me 15 vezes na perna", diz. Ainda assim, continua, "a perna parece estar bem, só magoa ao andar", mas o ficou com o braço partido. 

Foi um "olá característico e típico de um bandido", descreve o opositor russo de 43 anos, que está exilado na Lituânia, atribuindo o ataque a um dos homens de Vladimir Putin, tendo em conta que no dia anterior, segunda-feira, Leonid Volkov escreveu nas redes sociais que "Putin matou Navalny e muitos outros antes disso".

"Olá para si também, senhor Putin", ironizou, no mesmo vídeo, antes de convidar todos aqueles que se opõem ao regime de Putin a marcarem presença num protesto contra o presidente russo, previsto para este fim semana, durante as eleições presidenciais, agendadas para os dias 15 a 17.

Horas antes do ataque, Leonid Volkov admitiu, em declarações ao jornal independente russo Meduza, que estava preocupado com a sua segurança e a dos restantes opositores após a morte de Navalny. "O principal risco que corremos agora é todos sermos mortos".

O ataque ocorre quase um mês após a morte de Alexei Navalny, numa prisão no Ártico. Leonid Volkov foi uma das primeiras vozes a responsabilizar o presidente russo pela morte do opositor.

"Ninguém tem medo de você aqui", diz presidente lituano a Putin

A Lituânia reagiu com indignação ao ataque. Enquanto o ministro lituano dos Negócios Estrangeiros o descreveu como uma situação "chocante", o presidente da Lituânia considerou que o incidente foi "planeado" e disse não ter dúvidas de que está relacionado com outras provocações contra a Lituânia.

Gitanas Nauséda quis deixar uma mensagem ao presidente russo: "Ninguém tem medo de você aqui."

O presidente russo assegurou que as autoridades lituanas vão investigar e disse ter esperança de que "vão encontrar os culpados".

Esta quarta-feira, a polícia da Lituânia assegurou que foram empenhados "enormes recursos" para investigar este ataque, assegurando que se trata de "um caso isolado" e que não está em causa a segurança do país.

Segundo o Guardian, este foi o primeiro ataque aos aliados Navalny desde que deixaram a Rússia, há mais de três anos. Leonid Volkov e outros elementos da equipa Navalny vivem na Lituânia desde 2021, ano em que as autoridades russas classificaram os opositores como organizações "extremistas".  A maioria dos aliados mais próximos de Navalny está na lista de procurados de Moscovo e, se voltassem à Rússia (tal como Navalny decidiu fazer naquele mesmo ano, mesmo depois de ter sido vítima de um envenenamento), enfrentariam longas penas de prisão.

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