Gil Vicente-V. Setúbal: delegado terá mencionado agressão de Chipenda

2 set 2002, 16:34

Incidentes entre jogadores no final do jogo As versões sobre o que se passou no túnel são contraditórias, mas pode haver decisão para breve.

Os incidentes no final do jogo entre Gil Vicente e V. Setúbal poderão ser penalizados pela Comissão Disciplinar da Liga já nesta terça-feira, se os membros do organismo considerarem ter informação suficiente com base nos relatórios do delegado e do árbitro da partida, bem como das forças policiais. Segundo fontes presentes no local, o delegado terá declarado ter visto Chipenda agredir o gilista Paulo Alves.

Sobre o que se passou no interior do túnel, onde os jogadores das duas equipas terão trocado agressões, as versões são contraditórias. João Magalhães, presidente do Gil Vicente, diz que o próprio delegado, Anacleto Santos, lhe falou numa agressão de Chipenda a Paulo Alves. «Eu fui das últimas pessoas a chegar, só vi a confusão, vi uma garrafa, vi todos os jogadores envolvidos, a discutirem... Perguntei ao senhor delegado e ele disse-me que foi o jogador do V. Setúbal que agrediu o Paulo Alves. O Chipenda, sim...» essa informação deve então constar no relatório, que o delegado tem de elaborar e enviar logo no final da partida.

Luís Campos, treinador do V. Setúbal, desmente essa versão. «Como as imagens televisivas e as do jornal O Jogo hoje comprovam, o Paulo Alves e o senhor delegado da Liga estão fora do túnel... Nas imagens o delegado da Liga está de costas. Se o delegado diz que viu é mentira, porque estava fora do túnel», afirma.

O técnico acrescenta que estava de fora e apenas viu o mesmo que «toda a gente» em casa, os jogadores a correrem para o seu balneário. Mas garante que os seus adjuntos estavam presentes no túnel e lhe apresentaram versões bem diferentes. «As únicas pessoas que estão lá dentro são o Pedro Araújo e o Diamantino Figueiredo e o que relatam é completamente diferente», garante.

«Há muito espalhafato e alguma mentira no meio disto. Conhecendo como conheço o Chipenda, não acredito que tenha agredido o Paulo Alves», continua o treinador, dizendo que está disposto a penalizar os seus jogadores se se provar que agiram de modo incorrecto, mas também «a partir para a guerra» face às acusações.

Do lado do Gil defende-se que tinha havido uma agressão de Chipenda a Paulo Alevs já no decorrer da partida. «Era grande penalidade para o Gil», defende João Magalhães, acrescentando que irá nesta terça-feira à Liga «para pedir ao senhor Luís Guilherme árbitros como deve ser para Barcelos.

Luís Campos contesta: «Não há penalties quando o jogo está parado. Estava para ser marcada uma falta, o jogo estava parado. Tenho informação de que não houve qualquer agressão, houve uns empurrões normais de quem quer fugir das marcações. Se houve ou não agressão eu não vejo, e não me parece que as imagens sejam esclarecedoras.»

A decisão cabe à Liga, que pode também recorrer por sua iniciativa a outros meios para atestar o que se passou, incluíndo as imagens video da partida. O resumo televisivo transmitido após o final do jogo mostra os jogadores das duas equipas a correrem na direcção do túnel, no final da partida.

Em primeira análise, num caso disciplinar, a Liga terá no entanto em conta a versão do delegado e do árbitro, os elementos oficiais presentes na partida, que são presumidas como verdadeiras. Essa presunção «pode ser afastada por prova em contrário», segundo o Regulamento Disciplinar do organismo.

Claques juntas nas bancadas resultaram em confrontos

Além dos confrontos entre jogadores houve incidentes entre adeptos dos dois clubes, que estavam juntos na bancada, após a partida que o V. Setúbal venceu por 1-0. Também estes factos devem constar no relatório policial, pelo que serão passíveis de procedimento disciplinar. João Magalhães recusa no entanto responsabilidades do clube.

«As informações que tive da polícia é que fizeram todos os esforços para que a claque do V. Setúbal encostasse ao sector onde ficam as claques grandes, mas eles foram para outro lado», afirma o dirigente, defendendo que havia agentes suficientes no local.

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