Fernando Santos: «Esta vitória não provou nada»

10 jun 2001, 20:46

O adeus do treinador ao F.C. Porto

Pela última vez, Fernando Santos falou aos jornalistas na qualidade de treinador do F.C. Porto. Chegou à sala de Imprensa visivelmente satisfeito, com um cachecol azul e branco ao pescoço, depois de momentos plenos de satisfação no relvado, mal o encontro terminou. O técnico escondeu a emoção com dificuldade na hora do adeus, no dia em que conquistou a Taça de Portugal. Na conferência já recuperara a calma que o caracteriza. 

«Foi uma excelente vitória, mas foi uma vitória dos jogadores. Por este jogo e por aquilo que ganharam no passado representa que vão ficar na história do clube, mais uma vez. O F.C. Porto nunca tinha conquistado duas Taças consecutivas. A vitória é deles e é com eles que vocês devem falar», afirmou, logo nas primeiras impressões. 

Relativamente ao futuro nada adiantou, ao contrário do que se estava à espera. «Agora, vou entrar no autocarro do F.C. Porto e vou até às Antas com os meus jogadores. Depois, meto-me no carro e não sei se passo pela minha casa no Porto ou se sigo para Lisboa para estar com a minha família», completou. 

Ainda houve quem perguntasse se Fernando Santos sai de consciência tranquila? Resposta pronta: «Absolutamente. Tenho a consciência de que nem sempre fizemos tudo bem, mas estou perfeitamente certo de ter cumprido o meu dever», sublinhou. «Esta vitória não provou nada. A única coisa importante nesta vitória é o facto do F.C. Porto deixar uma imagem clara de esperança aos adeptos. Quem conseguiu esta série de vitórias consecutivas tem certamente um bom futuro pela frente», disse. 

Na despedida, o técnico azul e branco confessou ter «vivido o jogo de uma forma diferente». Mesmo assim, confessou: «Tive de me de me preocupar com os aspectos tácticos, mas foi diferente. Apesar de ter surgido um golo cedo, o jogo manteve-se táctico. Não foi um encontro muito bonito, mas foi emotivo. A meio da segunda parte, o Marítimo arriscou um pouco mais e o jogo ficou mais aberto. Mas controlámos sempre as operações e fomos os justos vencedores», completou. 

Sobre a sua saída das Antas, voltou a refugiar-se, optando por um discurso nitidamente ponderado: «Em qualquer outra actividade, as relações não acabam tão cedo, mas no futebol é normal que assim aconteça», afirmou. 

Jorge Costa, ainda em pleno relvado, dedicou-lhe o triunfo. Fernando Santos aproveitou para esclarecer: «Quem tinha dúvidas sobre a forma como as coisas se vivem no balneário do Porto é porque não conhece a cabine e não acompanhou estes três anos de trabalho. Cada um diz aquilo que quer, mas quem fala de divisões não faz a mínima ideia de como é a minha relação com os jogadores», finalizou Fernando Santos.

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