Braga-Estoril, 1-2 (destaques)

26 nov 2000, 18:16

Defesa para esquecer A surpresa justificada pela insegurança de Paulo Morais e pelo desacerto de uma defesa de disparate. O Estoril conseguiu a estranha façanha de estar mais tranquilo e venceu com justiça, muito por culpa das boas exibições de Paulo Sérgio, Baltazar e Rui Pina.

Paulo Sérgio

Já passou pela I Liga, onde chegou a possuir o estatuto de goleador ao serviço do Setúbal, e veste agora de amarelo, para tentar prolongar ao máximo uma carreira bastante preenchida. Desconfiou que Paulo Morais e Odair se desentenderiam e aproveitou o lapso bracarense para deixar o adversário em sobressalto. Um golo de oportunidade que poderia ter repetido aos 40 minutos, com a baliza escancarada. Desta vez, contudo, Paulo Sérgio não soube dirigir o couro para onde mais desejava. 

Baltazar

O regresso a Braga de um pé esquerdo que já encantou o 1º de Maio com passes requintados e livres e cantos teleguidados. O perigo de Estoril partiu de Baltazar, um veterano de pernas agora pouco dadas a correrias, mas de sabedoria intocável. Esteve quase a rubricar o 0-2, mas consentiu que Paulo Morais desviasse com uma palmada o chapéu que Baltazar lhe quis oferecer. 

Defesa do Braga

Os equívocos principiaram quando o jogo ainda registava os minutos iniciais. Freddy já tinha passado duas vezes por Zé Nuno e confirmava que Cajuda optara mal quando colocou o defesa-direito no lado contrário. Paulo Morais, por outro lado, nunca transmitiu confiança suficiente ao sector, o que evitou que os companheiros que jogam mais próximos de si tivessem confiança para ajudar um pouco mais à frente. O cúmulo da insegurança defensiva registou-se no golo de Paulo Sérgio. É inconcebível que o guarda-redes e Odair não comuniquem de forma a evitar o ridículo. Paulo Morais quis passar a bola ao brasileiro, mas acertou-lhe nos calcanhares, pois o defesa já se tinha virado para o lado oposto. 

Edmilson, Riva e Nguema

Os únicos capazes de puxar a equipa pelo braço, na tentativa de a aproximar do perigo e autorizar o empate. Os ensaios, todavia, não passavam de avulsos e morriam na individualidade. Os dribles e os arranques não bastavam. Faltava o esforço colectivo. Faltava, essencialmente, Fehér, a referência nos últimos tempos. 

Raul Pina

Bom guarda-redes. Nunca se intimidou com as tentativas mais perigosas do Braga e segurou a surpresa com um par de defesas de muito bom nível. Destaque, pelo movimento fotogénico, para o voo motivado por um remate de Artur Jorge.

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