Redução de «estrangeiros» aprovada

16 dez 2000, 15:28

Vitória surpreendente do Sindicato de Jogadores A partir da próxima época cada clube só poderá increver quatro jogadores estrangeiros e utilizar apenas dois por jogo. No ano seguinte os limites serão reduzidos para metade. Uma vitória clara e inesperada de António Carraça, presidente do Sindicato de Jogadores, sobre a Liga de Clubes.

A Assembleia Geral da Federação, que está a decorrer no Hotel Altis, em Lisboa, aprovou por maioria a redução do número de jogadores estrangeiros. Uma vitória inesperada do Sindicato de jogadores que entrará em vigor já a partir da próxima época. 

Assim, já na próxima época, o limite máximo para a inscrição de jogadores extra-comunitários passa para apenas quatro e cada clube poderá utilizar apenas dois por jogo. Na época seguinte, em 2002/03, os limites sofrem nova redução: dois jogadores inscritos e permissão para utilizar apenas um por jogo. 

António Carraça, presidente do Sindicato de Jogadores e principal defensor da proposta de redução do número de estrangeiros, ficou, naturalmente, radiante com a aprovação mas não quer ficar com todos os louros. «É, acima de tudo, uma vitória do futebol português e do prestigio e dignificação dos membros ordinários da Federação». 

António Carraça considera que agora estão criadas condições para o desenvolvimento da formação de jovens jogadores portugueses. «Esta decisão permite a protecção e defesa do jogador nacional e cria um maior espaço para a formação nos escalões jovens. Abrem-se novas portas para os jogadores portugueses». 

A redução do número de estrangeiros foi aprovada numa altura em que a UEFA e a FIFA procuram chegar a acordo com a União Europeia para o estabelecimento de uma política de excepção para o futebol. A União Europeia tem levantado muitos obstáculos às restrições de limites de estrangeiros e quer impor a livre circulação de jogadores. Imposições que não assustam o presidente do Sindicato de Jogadores. 

«É um espaço em que a União Europeia não tem poderes de intervenção. Estamos apenas a limitar o número de extra-comunitários e de brasileiros que não tenham o estatuto de igualdade. Só o Estado português é que pode legislar sobre esta matéria», referiu António Carraça. 

A proposta liderada pelo Sindicato de jogadores foi aprovada por maioria dos membros ordinários da Federação Portuguesa de Futebol. Contra a proposta votaram a Liga de Clubes e as Associações de Futebol de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Madeira e Porto. A Associação Nacional de Dirigentes absteve-se.

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