Portugal-França sub-21, 0-1 (destaques)

26 mar 2002, 20:09

César Peixoto e Postiga vítimas do nivelamento por baixo Numa decepção quase generalizada, Peixoto voltou a marcar pontos e Postiga recusou-se a fatalismos.

Cissé para animar

Se na primeira parte o encontro acusou falta de jogadores com vocação atacante, a verdade é que do banco francês saltou um oásis no meio do deserto. Cissé, avançado do Auxerre, confirmou credenciais de goleador (é um dos melhores marcadores do campeonato francês, perseguindo o português Pauleta na liderança). Portugal deve agradecer a Domenach por não o ter posto de início: durante toda a segunda parte, Cissé foi um autêntico perigo público para a baliza então defendida por Márcio Santos. Teve o golo nos pés em três ou quatro situações, mas o tento acabou por não surgir. Ainda bem...

Meriem como excepção

Num jogo pouco (nada?) interessante, só pequenos apontamentos chegaram para salvar o espectáculo. Meriem foi um dos pouco artistas que mereceu o rótulo: excelente técnica, boa visão de jogo. O «7» francês aproveitou as facilidades que Paulo Ferreira, Tiago e Cândido concederam do lado direito, e municiou grande parte das jogadas construídas pelos franceses.

A estocada de Frau

Sentia-se que a França estava mais próxima do golo: pelo menos, jogava melhor. Não é que criasse assim muitas oportunidades, o jogo, todo ele, não foi dado a construções minimamente coerentes. Mas a estocada na inércia foi dada por Frau. Entrou na segunda parte e aproveitou a passividade da defesa portuguesa para abrir o marcador. Recebeu a bola da direita, dominou com o peito (houve dúvidas sobre se terá tocado com a mão, mas não nos pareceu), contornou Márcio Santos e, depois, foi só passear para a baliza deserta. Demasiado fácil...

César Peixoto e Postiga: as vítimas

Se o valor de referência da selecção portuguesa foi algures entre o mediano e o medíocre, é justo referir que nem todos estiveram mal. César Peixoto, extremo do Belenenses que cada vez mais merece destaque, voltou a fazer um jogo de entrega, com alguns pormenores interessantes. Postiga também passa com positiva, mais pela recusa do fatalismo do que, propriamente, por aquilo que fez. O avançado portista esteve sempre muito desacompanhado lá à frente, mas veio atrás, tentou fazer jogo e ensaiou dois remates com algum perigo. Mas tanto Peixoto como Postiga foram vítimas do nivelamento por baixo de toda a selecção portuguesa.

Tiago e Cândido, as decepções

Não faz sentido, num jogo como este, estar a individualizar culpados: a selecção nacional, toda ela, esteve abaixo do que vale e, acima de tudo, do que se lhe exige. Mas ainda assim é importante fazer uma ou outra especificação. Tiago, que se tem destacado como uma das unidades mais regulares no Benfica, foi dos jogadores que mais abaixo esteve do seu real valor. Esperava-se bem mais, também, de Cândido Costa, que nunca conseguiu engatar as investidas pela ala direita que tão bem o caracteriza. Portugal não teve quem fizesse a diferença.

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