Conheça as novidades que vão surgir na arbitragem

8 jun 2001, 17:52

Sorteio quase puro e cabina do árbitro protegida

As alterações ao Regulamento de Arbitragem aprovadas esta sexta-feira na Assembleia Geral da Liga implicarão mais mudanças na estrutura do futebol português do que, à primeira vista, possa parecer. 

Duas reivindicações há muito feitas pelo presidente do Vitória de Guimarães, Pimenta Machado, tiveram hoje vencimento: sorteio alargado (quase sem condicionamentos) e divulgação pública dos relatórios dos árbitros. 

O alargamento do sorteio permite mesmo considerar a expressão «sorteio condicionado» praticamente ultrapassada. Em primeiro lugar, também os árbitros assistentes e os observadores do árbitro serão sorteados. Esta novidade implicará custos muito elevados ao orçamento da Liga, uma vez que sem a nomeação destes agentes não será possível reduzir gastos nas despesas. Passará a ser possível que um jogo em Braga tenha, por hipótese, um árbitro assistente de Faro e outro da Madeira...  

Questionado sobre essa novidade, Valentim Loureiro mostrou-se ciente dos custos que tal poderá implicar: «Pelas nossas contas, poderá provocar um aumento da ordem dos 200 mil contos/ano. Claro que, como foram os clubes que exigiram esta mudança, terão que ser eles também a contribuir para o pagamento dessa nova verba. De certeza que não vou ser eu a pagar do meu bolso...» 

Cabina do árbitro mais protegida 

Mas há outras novidades. Agora, o acesso à cabina do árbitro está vedado a agentes que, até hoje, tinham autorização legal para se deslocarem ao balneário dos árbitros antes, durante e depois dos jogos. São os casos do presidente da Liga, presidente da FPF e membros da Comissão de Arbitragem da Liga, numa medida que os clubes consideram ser fundamental para imunizar os árbitros de situações de pressão desnecessária. 

O alargamento do sorteio abrange a Taça de Portugal. A partir dos oitavos de final da prova, altura em que os principais candidatos se começam a perfilar, será feito também um sorteio, sendo forçoso que, também a partir dos oitavos de final, sejam árbitros do grupo A a dirigir os encontros. No entanto, e dado que a Taça é uma prova organizada pela Federação, esta alteração terá ainda que ser ratificada na Assembleia Geral da FPF. 

O sistema de roulement que vigorava no sorteio da I e II Ligas, com uma série de cláusulas que evitavam repetições de árbitros para as mesmas equipas, foi também alterado e amplamente liberalizado. Uma das poucas excepções é a necessidade de um árbitro esperar duas jornadas para voltar a dirigir um encontro de uma determinada equipa. A condicionante de um árbitro não poder estar mais de três jornadas sem apitar também permanece, por óbvias razões de equidade.

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