Rubens e a experiência no Atlético: «Voltei muito melhor»

16 jul 2001, 15:38

Meses no Brasil foram fundamentais

Os meses que Rubens Júnior passou no Atlético do Paraná foram, na opinião do lateral portista, muito bons para que tudo o que de mau estava a acontecer na época passada fosse apagado. Rubens voltou a jogar, estabilizou a sua vida e garante ser, hoje, uma pessoa diferente.  
 

-- Correu bem a sua experiência no Atlético do Paraná?

-- Foi bom, porque pude regressar melhor. Deu para ver que as coisas no Brasil não estão fáceis. Claro que continua a haver grandes clubes, mas o problema do Brasil é que é muito grande para pouco: tem muitos bons jogadores e só três ou quatro clubes com estruturas fortes. A concorrência é muito grande, lá. Tanto se está numa grande equipa, como num clube de baixo porte. 

-- A que se deveu o impasse que ocorreu depois de ter saído do Porto e até jogar no Atlético do Paraná?

-- Quando fui dispensado do Porto, tive várias propostas do Brasil, de clubes bons. Mas a questão é que essa dificuldade económica impediu muito negócios. Quando acertávamos o empréstimo, não acertávamos o salário, e vice-versa... Mas eu queria voltar a jogar e acabei por aceitar ir ganhar muito menos no Atlético do Paraná, cerca de metade do que ganhava no Porto, porque precisava de jogar. 

-- Foi um sacrifício que teve que passar, então.

-- Pensei no meu lado profissional, não me preocupei muito no dinheiro. Procurei voltar à actividade, voltar a trabalhar. Se não tivesse ido para o Brasil jogar, estaria muito atrasado na preparação. Hoje tenho uma boa preparação graças ao tempo em que estive no Atlético. 

-- Jogou com regularidade no Atlético?

-- Fiquei quase dois meses a negociar qual o clube que iria representar. Quando me entendi com o Atlético, tive que fazer uma preparação toda de novo. Acho que treinei mais do que joguei, porque quando fiquei, finalmente, preparado, só faltavam quatro jogos para acabar o campeonato. Joguei dois deles. Ainda consegui ganhar um título lá, de campeão estadual, no Paraná, o que foi gratificante, porque encontrei um grupo bom para trabalhar. 

-- Mas o seu pensamento foi sempre o de voltar ao Porto...

-- Sempre com pensamento de voltar. A minha intenção era manter o forma, recuperar bem, poder não perder o contacto com bola. Ficar parado é a pior coisa que pode acontecer a um jogador. Assim, pude voltar bem para o Porto.

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