«Esta paixão, esta genica é o Futebol Benfica»
Everaldo
O estado do relvado estava longe de ser o indicado para o seu estilo de jogo, fino, de bola no pé, de tabelas e desmarcações. Não contrariou as suas tendências, meramente adaptou essas qualidades a um campo pesado. Não se pode usar uma finta curta? Finta-se em velocidade. Não se pode tabelar e ir buscar mais à frente? Coloca-se a bola directamente nos pés do colega. Everaldo foi incansável, andou à esquerda e à direita, desenhou os melhores cruzamentos, fabricou as grandes ocasiões e ainda obrigou o guarda-redes Paulo Silva à defesa da tarde, com um remate colocado de fora da área logo aos oito minutos.
Zé Manel
Saltou do banco cheio de vontade, numa decisão que surpreendeu, uma vez que Beto tinha sido o único jogador do Paços de Ferreira a subir de produção no segundo tempo. Zé Manel substituiu o brasileiro e entrou logo a matar, com uma bela jogada do lado direito, ao seu estilo - a flectir para o meio e a arrancar um remate que saiu ao lado da baliza do Futebol Benfica. Travou uma luta interessantíssima coo Semedo I e acabou por recolher frutos no último minuto, ao marcar o golo que leva os pacenses à quinta eliminatória da Taça de Portugal.
Pinho
José Mota, treinador do Paços de Ferreira, decidiu dar uma oportunidade ao seu segundo guarda-redes no jogo da Taça. Pinho substituiu Pedro com eficácia excelente, muita atenção e uma grande defesa aos 37 minutos, saindo da área para obrigar Semedo II a rematar e depois defendendo o remate do avançado do Futebol Benfica com os pés. Foi absolutamente eficaz em tudo o que fez - embora tenha passado a segunda parte a recolher atrasos e a bater pontapés de baliza - e permitiu que em tarde de desinspiração na finalização um golo bastasse para o Paços ganhar o encontro.
«Esta genica é o Futebol Benfica»
O hino avisava antes do início do encontro. A equipa do Futebol Benfica foi acolhida no relvado ao som de «É o Fofó, quem vem para aqui nunca está só» e de «Esta paixão, esta genica é o Futebol Benfica». Paixão e genica não faltaram à equipa da III Divisão - faltou sim um pouco mais de sorte na finalização para seguir em frente na Taça, o que se justifica também com a natural superioridade pacense. Na equipa da casa destacaram-se o guarda-redes Paulo Silva - muito seguro, com apenas uma saída em falso a um cruzamento no primeiro tempo -, o central Luís Franco - duro e imponente - e o médio Rui Pedro - muito bem a equilibrar as acções a meio-campo e dos pés do qual surgiram as melhores solicitações para os avançados. Mas há alguma dose de injustiça em individualizar exibições numa equipa que tão bem interpretou o seu hino.
