Árbitro já visionou lances polémicos do Ovarense-Nacional Emanuel Câmara não tem dúvidas de que agiu «sempre em conformidade com a lei». Tal como também não duvida de que os dirigentes da Ovarense tiveram comportamento condenável. Por entre os episódios marcantes recorda que «os auxiliares foram cuspidos e alvejados com moedas e pedras» concluindo: «Pessoas destas têm que sair do futebol!»
Emanuel Câmara, juiz madeirense que arbitrou o polémico jogo entre a Ovarense e o Nacional, da II Liga, afirmou hoje ao Maisfutebol que está «de consciência tranquila», por considerar que fez «um trabalho isento, sem olhar às equipas que se estavam a defrontar e à pressão criada no estádio».
O árbitro, vivamente contestado pelos dirigentes da Ovarense, afirmou sentir-se
«calmo e tranquilo», atendendo a que, após o visionamento dos lances na televisão, ontem, ficou com a «certeza absoluta de ter agido sempre em conformidade com a lei,
assim como os meus auxiliares e o quarto árbitro, que são do continente». Emanuel Câmara foi mais longe: «Tenho a certeza que, no meu caso pessoal, dignifiquei a arbitragem madeirense e, em termos de equipa, enaltecemos a classe a nível nacional, apesar de reconhecer que cometemos alguns erros, como seres humanos que somos».
Durante a semana, muitos foram os protestos feitos pelos dirigentes vareiros, contestando a presença de um árbitro madeirense num jogo em que intervinha uma formação do Funchal. A resposta de Emanuel Câmara é contundente e enquadra-se nos regulamentos vigentes: «Tal como acontece com os meus colegas do continente, não vejo porque um madeirense não pode arbitrar uma partida em que participa uma formação do meu conselho de arbitragem. A regras estão definidas e assim sendo...».
Sobre as declarações prestadas pelo presidente da Ovarense ao nosso jornal, o árbitro madeirense não quer tecer grandes comentários: «As atitudes e afirmações ficam para quem as pratica», afirmou.
Abuso dos altifalantes do Estádio
Emanuel Câmara confirmou ao Maisfutebol que, tal como fôra referido pelo presidente do Nacional, ainda antes de a partida começar, «houve abuso dos altifalantes do Estádio, insinuando e alertando as pessoas presentes para o facto de o árbitro ser madeirense e de o adversário ser o Nacional da Madeira».
Sobre as cenas vividas, relembra: «Os meus auxiliares foram constantemente
cuspidos, alvejados com moedas, pedras e garrafas com água. É lamentável!»
Relativamente à sua saída do estádio, o juiz madeirense não fugiu à questão:
«saí pela mesma porta lateral que um colega meu, também madeirense, saiu há
15 dias. Isto demonstra o nível dos dirigentes da Ovarense. Pessoas destas têm que
sair do futebol», sustentou.
Em relação ao comportamento das forças de autoridade, Emanuel Câmara realçou ter sido o «possível e correcto dentro dos muitos acontecimentos ocorridos durante o jogo». O árbitro da partida confirmou que o presidente dos vareiros foi expulso no túnel de acessoa às cabinas, mas escusou-se a tecer mais comentários, por considerar o tema «assunto de relatório.»
A finalizar, Emanuel Câmara mostrou-se despreocupado com o que possa suceder,
independentemente de ter afirmado não conhecer o parecer do delegado técnico
da arbitragem que esteve presente em Ovar.