Marcelo terá cortado relações com o filho por causa do caso das gémeas: "Não sei se ele vai ser responsabilizado, não me interessa"

24 abr, 12:33

Comportamento de Nuno Rebelo de Sousa no caso da gémeas luso-brasileiras foi classificado pelo próprio pai e Presidente da República como "imperdoável" e diz que o filho "é maior e vacinado"

"É imperdoável, porque ele sabe que eu tenho um cargo público e político, e pago por isso". Foi num jantar na terça-feira com correspondentes estrangeiros em Portugal que o presidente da República se mostrou descontente por ter sido envolvido no caso das gémeas luso-brasileiras e revelou que "cortou relações" com o seu filho, avança o Correio Braziliense

O comportamento de Nuno Rebelo de Sousa foi considerado "imperdoável" pelo próprio pai e Presidente da República. Marcelo deixou claro que tomou a medida drástica de cortar relações com o filho devido à gravidade da situação. O caso gira em torno das alegações de que o Chefe de Estado favoreceu as gémeas num tratamento que acarretou custos significativos para os cofres públicos, um custo total de quatro milhões de euros, alegadamente a pedido do seu filho. O Presidente manifestou o seu desprezo pelas ações do filho, sublinhando a responsabilidade inerente ao seu cargo público.

"Não sei se ele vai ser responsabilizado, não me interessa", disse Marcelo Rebelo de Sousa, indicando a sua posição firme sobre o assunto. Quanto à sua própria responsabilidade, Marcelo diz que só se se tratasse do seu “neto mais velho e preferido” de 20 anos, é que se sentiria corresponsável. Contudo, trata-se do seu filho de 51 anos, "maior e vacinado". 

A rutura entre pai e filho terá começado quando Marcelo Rebelo de Sousa descobriu as tentativas de Nuno para fazer valer a sua influência junto dos políticos brasileiros. "Expliquei a um ex-presidente brasileiro, a presidentes de partidos, a governadores que, se eu o deixasse ir, eles ficariam convencidos de que a melhor maneira de chegar a mim era através do meu filho. E o meu filho ficaria convencido de que a melhor forma de chegar até eles era através de mim", detalha Marcelo. 

A relação entre os dois já estava tensa há vários meses e o caso das gémeas só veio agravá-la. Quando o filho o abordou para agilizar o processo das gémeas na toma do medicamento Zolgensma, Marcelo estava quase a ser operado ao coração e, sabendo que a Casa Civil da Presidência da República já tinha declarado que não era possível interferir, deixou o assunto de lado. No entanto, algum tempo depois, Nuno Rebelo de Sousa contactou o pai, alegando que a Casa Civil estava contra o Presidente da República. O Presidente alegou que já não se lembrava deste contacto, que ocorreu em 2019.

O caso foi revelado pela TVI, pouco tempo depois da demissão de António Costa, em novembro. E ainda está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa insiste que só se pronunciará sobre a comissão de inquérito ao caso das gémeas depois das eleições europeias.

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