«A corda parte sempre do lado mais fraco», diz Vidigal

12 dez 2000, 16:29

Ex-leão comenta a situação em Alvalade O jogador do Nápoles regressou hoje ao relvado do campo de treino de Alvalade, depois de uma intervenção cirúrgica ao joelho direito. No final dos trabalhos, o internacional português falou da sua recuperação e da situação da sua ex-equipa.

Vidigal, ex-jogador do Sporting e actualmente no Nápoles, subiu hoje pela primeira vez ao campo nº 3 de Alvalade, durante o treino do plantel sportinguista, para dar as primeiras corridas no processo de recuperação. O internacional português está em Portugal a recuperar de uma operação ao menisco do joelho direito, em Outubro deste ano. Mas, segundo afirmou hoje, «a recuperação está a correr melhor do que se pensava» e por isso «no princípio do próximo ano» o jogador espera já «ter alta».  

O tom positivo é aliás constante no discurso do defesa, que acrescenta ainda: «Ultrapassámos as expectativas. Tudo indica que voltarei ainda melhor do que estava». 

Este regresso a Portugal, embora por uma razão menos boa, agrada bastante ao internacional português tanto pessoalmente como a nível de trabalho. «Estar em Portugal é muito bom. Voltar ao nosso país, estar ao pé da familia, voltar a ver os colegas que durante muitos anos trabalharam comigo», tudo razões apontadas por Vidigal que contribuem para o seu «bem estar psicológico». O acordo entre o Nápoles e o Sporting, que permite ao jogador treinar em Alvalade, é também uma forma de ajudar a sua recuperação. «Seria mais difícil se estivesse a recuperar em Nápoles, porque não treinava, eram só tratamentos», afirma Vidigal, que tem trabalhado com o departamento técnico do Sporting e com o preparador físico Rodolfo Moura. 

Questionado sobre a possibilidade de um regresso a Portugal, o jogador admite que «Sporting seria a porta principal». «Era bastante bom e bonito voltar ao meu país, se pudesse ser através do Sporting, melhor», no entanto o médio relembra que ainda tem quatro anos de contrato para cumprir no Nápoles e a «curto prazo a hipótese de voltar estaria fora de questão». «É uma aventura no estrangeiro que acredito acabará com mais um êxito», conclui.  

Apesar de, no momento, o Nápoles não estar a atravessar uma boa fase, ocupando o 17º lugar no calcio, Vidigal espera ainda «poder contribuir para a equipa sair do lugar onde está». 

Em relação aos últimos acontecimentos no Sporting, o jogador afirma que «apesar das dificuldades, o grupo está unido». Embora já não seja o seu treinador, a saída de Inácio afectou também o jogador. «Foi com tristeza que soube da notícia. Foi um homem com quem eu trabalhei e conseguiu algo que o Sporting perseguia», disse. «Aconteceu de forma inesperada. A corda parte sempre do lado mais fraco. É mais fácil sair um treinador do que o plantel inteiro», acescenta. 

Vidigal falou ainda do recente eleito segundo melhor jogador do mundo, Figo: «É um orgulho para todos os portugueses e posso dizê-lo porque tive oportunidade de trabalhar com ele. Figo é sem dúvida o número um. Não só como jogador, mas como homem. É um excelente homem, um amigo, um companheiro que procura sempre ajudar o colectivo, procura sempre contribuir para a equipa, não é individualista. Tudo faz para que o lugar onde ele esteja seja maior ainda do que aquilo que é».

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