Benfica-Beira Mar, 4-1 (destaques)

27 ago 2000, 21:40

Sabry e Poborsky, pois então O egípcio e o checo foram os motores de explosão de uma máquina bem oleada e superiormente mantida por Calado. Com a moleza aveirense, quem mais sofreu foi o guardião Avelino...

Sabry

Quando está inspirado, a magia do pé esquerdo faz o resto. O egípcio do Benfica foi o primeiro a colorir a tarde/noite da Luz, com o estupendo golo que abriu o activo. No mesmo estilo serpenteante voltou, pouco depois, a violar a área aveirense e ofereceu o 2-0 a Poborsky. Na segunda parte, iniciou a excelente triangulação que culminaria no terceiro golo, de Maniche. Pelo meio, e mesmo levando em linha de conta alguma perda de fulgor na fase inicial do segundo tempo, Sabry maravilhou-nos com dribles e passes soberbos. 

Poborsky

Tem sido o jogador mais regular do estranho Benfica da pré-temporada. Sempre com a bitola alta, o checo ora marca a diferença, quando a equipa não está bem, ora se mostra capaz de aproveitar a embalagem dos companheiros, quando as coisas correm pelo melhor. Foi o caso deste jogo: com tudo a sair certinho à sua volta, Poborsky alegrou-se e distribuiu classe pelo relvado. A magnífica execução do segundo golo encarnado, com remate de pé direito sem deixar a bola bater no chão depois do cruzamento de Sabry, e a óptima assistência para o tento de Maniche ficam como pontos mais palpáveis de mais uma exibição de luxo. 

Calado

Está visto que gosta de carregar no braço direito o peso da braçadeira de capitão. Generoso e prático, Calado encheu-se de brios e assumiu a responsabilidade pelo bom funcionamento do meio-campo encarnado. A máquina, é verdade, estava a dar sinais de querer trabalhar bem, mas o homem da manutenção tem sempre algum mérito quando assim acontece, não é? Heynckes apercebeu-se do brilho da exibição do médio e tirou-o a quatro minutos do fim para ele ouvir os aplausos da plateia. 

Paulo Madeira

Durante a primeira parte errou uma intercepção-uma e logo ouviu assobios. Provavelmente, Paulo Madeira vai ter que aprender a viver com eles, mesmo quando joga bem. No primeiro tempo, como integrante do bloco de três centrais, cumpriu à risca as instruções de «pegar» no médio aveirense que caísse mais para o seu lado - Óscar e Fusco nunca foram longe; na segunda parte apanhou com o recém-entrado Rui Dolores, assumiu-se por isso como lateral-direito e demorou pouco a encontrar a fórmula para travar o inconformado beira-marense que viera do banco. 

Avelino

Sofreu quatro golos, mas um rápido exercício de memória faz-nos verificar que evitou pelo menos outros tantos. Sem nada a fazer nos tentos encarnados, o guarda-redes do Beira Mar actuou com segurança e efectuou defesas de nível. Não merecia ser a última vítima da fragilidade dos dez companheiros que foi tendo à sua frente... 

Ricardo Sousa

Sabe-se que joga bem futebol, já mostrou atributos, mas é claramente um jogador de momentos. Ou seja, numa equipa de operários dificilmente deixará de parecer deslocado. O palco da Luz, por muito mal que pareça ir o Benfica, não é o sítio certo para o número 28 do Beira Mar imaginar que tem o 10 nas costas e pode fazer milagres. Andou perdido, falhou meia-dúzia de iniciativas artísticas e, pior que isso, «fugiu» muitas vezes da zona de combate, deixando os outros trabalhadores às voltas no «meiinho» organizado pela intermediária encarnada. Competitividade é mais do que aparecer nas grandes ocasiões...

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