Revelação de Augusto Inácio Foi muito mais uma conversa do que uma formal conferência de imprensa. Augusto Inácio falou nesta sexta-feira aos jornalistas e até abriu mais o jogo que o habitual, dando a saber que Acosta vai regressar ao onze, tal como João Pinto e Paulo Bento. O treinador do Sporting garante que a equipa não se deixa abater pelos resultados, diz que o grande objectivo do título nacional «está bem vivo» e que «é possível passar à segunda fase da Liga dos Campeões».
Beto Acosta vai voltar à frente de ataque do Sporting no jogo de domingo (18.30 horas) frente ao Salgueiros.
A revelação foi feita por Augusto Inácio na conferência de imprensa que, como habitualmente sucede a 48 horas de cada jogo, promoveu na tarde de hoje (sexta-feira) em Alvalade.
Depois de já ter dito que João Pinto e Paulo Bento também farão parte da equipa titular, o treinador leonino recordou palavras por si proferidas nos primeiros tempos passados em Alvalade, segundo as quais não teria problemas em divulgar antecipadamente os seus onzes «desde que outros o fizessem».
«Como os outros não o fazem, eu também não faço», explicou Inácio, admitindo em seguida a convicção de que «os treinadores têm algo a ganhar se souberem com muita antecedência quem vai jogar do outro lado».
A referência directa ao nome do ponta-de-lança argentino veio na sequência da discussão - o que se passou ao final da tarde na sala António Capela foi muito mais uma conversa do que uma conferência de imprensa formal - em torno da não utilização do jogador em Moscovo, frente ao Spartak, na última quarta-feira.
Inácio sublinhou que «é perfeitamente normal o Acosta, com outro qualquer, ir para o banco» e puxou pela memória: «No ano passado, quando ele esteve quase a ser despedido do Sporting, ninguém estranhava, agora já acham impossível ele não jogar...»
Virado para revelações, o treinador do Sporting deu a saber por que mudou o esquema da equipa em Moscovo: «Eles são muito tecnicistas e gostam de jogar pelo meio. Tendo o Sá Pinto na frente, com o seu carácter, sabia que ele prenderia um dos centrais. A colocação do Hugo à frente dos nossos centrais e a opção pelo Mpenza e pelo Rui Jorge, dois jogadores que fecham muito bem, tiveram como objectivo tapar os caminhos da nossa baliza. O que aliás conseguimos muito bem na primeira parte.»
A propósito da gestão do plantel e da «poupança» de jogadores em determinadas alturas, Inácio socorreu-se do exemplo de um dos maiores clubes do Mundo: «O Manchester perdeu com o PSV e sabem quem tinha no banco? Beckham e Giggs. O senhor Ferguson teve as suas razões para decidir assim e ninguém o criticou por isso. Aqui, somos presos por ter cão e por não ter...»
«Jogar sempre como se fosse o último minuto»
O Salgueiros, adversário que se segue na I Liga, é encarado com respeito por Inácio. Afinal, disse, «as equipas jogam em Alvalade bem fechadas e tentam, muitas vezes com grande inteligência, a sua sorte num ou outro lance».
Para o técnico do Sporting, além de ser «difícil defrontar equipas assim», o actual segundo classificado do Campeonato tem ainda a seu favor o facto de ser orientado por Vítor Manuel: «É um dos grandes treinadores portugueses, nunca é fácil jogar contra as equipas dele.»
Qual será, então, a forma de contrariar a formação de Paranhos? Inácio julga saber: «Marcar cedo e procurar depois um segundo golo que tranquilize a equipa. Devemos entrar determinados, não podemos esperar que o tempo corra a nosso favor. Temos de jogar sempre como se estivéssemos no último minuto do jogo.»
«Se alguém pensa que andamos tristes e desmoralizados está bem enganado»
Apesar dos resultados menos favoráveis, o treinador leonino sente «o Sporting a crescer, a evoluir» e aponta como exemplos dessa ideia as exibições de Barcelos e Moscovo. «Foram muito boas», reafirmou.
«Se alguém pensa que por causa destes resultados os jogadores do Sporting andam tristes e desmoralizados está bem enganado. O grupo está extremamente confiante numa grande época», vincou Inácio.
Na longa conversa com os jornalistas, o treinador verde e branco voltou a traçar as linhas-base de orientação do Sporting 2000/2001: «Sei que já há dúvidas sobre o nosso valor, mas vamos para a sexta jornada e acreditamos que podemos ser campeões. Esse é o nosso grande objectivo e continua bem vivo. Sempre afirmámos que queríamos nesta época ganhar o Campeonato e ir o mais longe possível na Liga dos Campeões. Mesmo aqui, apesar de termos menos pontos do que devíamos, acredito piamente, sem demagogia, que o Sporting tem possibilidades de passar à segunda fase.»
