Salgueiros: o drama de andar com a casa às costas

16 jan 2003, 16:20

Os treinos são repartidos por vários locais

O Salgueiros vive uma situação ambígua. A liderança não ofusca, aliás, as dificuldades de uma equipa que tem conseguido bons resultados, mas não tem uma casa. Um local que seja seu, onde possa trabalhar e sentir-se no conforto do lar. Os treinos são feitos entre constantes deslocações, ora para o Parque da Cidade, ora para o campo do Coimbrões, ora para o estádio do Sport Rio Tinto. Os jogos são disputados no Estádio do Mar, ao abrigo de um protocolo com o Leixões que não prevê a utilização do relvado para um treino que seja por semana.

«Não é fácil, de maneira alguma», sublinha Agatão. «Gostávamos de poder fazer alguns treinos no Estádio do Mar, mas já sabíamos que ia ser assim», adianta. Por isso, diz, procuram contornar as dificuldades com planeamento. «Não fomos apanhados de surpresa, tudo foi tratado a tempo». Além disso, o Salgueiros é um clube habituado a viver uma existência complicada e a fazer força das dificuldades. «Esta é mais uma para nos dar motivação e motivos de união», revelou.

O anúncio, revelado há dois dias, de um princípio de acordo entre a Câmara Municipal do Porto e a direcção salgueirista para finalmente se avançar com as obras do novo recinto, projectado para Arca D¿Água, dão, de resto, um alento importante à equipa. «Não são situações que nos digam minimamente respeito, mas tudo o que sejam boas notícias para o futebol são encaradas com agrado, porque significam uma aproximação das condições que a equipa principal necessita para trabalhar melhor», frisou.

«Não há problemas financeiros»

Sempre muito martirizado pelas dificuldades financeiras, o Salgueiros nunca escondeu que vivia no limiar da falência. Dívidas ao fisco, dívidas à segurança social, salários em atraso, enfim, precipitaram a queda da formação de Paranhos e até a perda de alguma força interior que sempre revelou a «alma salgueirista». Este ano, jura Agatão, há muitas dificuldades em Vidal Pinheiro, mas não mais salários em atraso. «Financeiramente, graças a Deus, está tudo bem», frisou. «Não tem havido problemas monetários com a equipa e isso tem sido fundamental na boa temporada que estamos a realizar».

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