Deco prevê equilíbrio em Alvalade

20 out 2000, 16:14

Confiança à partida para Lisboa A conversa teria de ser forçosamente curta, o autocarro já esperava os jogadores, mas Deco aceitou falar sobre o Sporting-F.C. Porto, procurando que uma meia dúzia de frases avulsas resumissem as ideias que lhe percorriam o pensamento.

O autocarro azul-e-branco permanecia com o motor a aquecer, aguardando que alguém lhe premisse a embraiagem e engrenasse a primeira velocidade, iniciando uma viagem com Lisboa como destino. Deco foi dos últimos a chegar, mas já vinha devidamente equipado com o fato de treino oficial, saco ao ombro e óculos escuros na cabeça, como se suspeitasse que o sol iria a aparecer com o acumular de quilómetros na auto-estrada. 

«Vai ser um jogo equilibrado entre duas grandes equipas». Deco atendia à abordagem com o trivial, trocando o rebuscado pelo corriqueiro e uma convicção inequívoca. «É um clássico», lembrava, «não se pode falar em favoritismos numa partida destas». O brasileiro detectaria, mesmo assim, depois de ponderar breves instantes, uma vantagem teórica do lado do adversário. «É óbvio que o Sporting tem a seu favor o facto de jogar em casa, o que é sempre bom, mas num jogo destes nunca se pode prever muita coisa». 

Falava-se agora de Duscher e Vidigal, adversários de épocas anteriores no meio-campo que Deco calcorreia com uma classe inatacável. «Não serei beneficiado pelo facto de terem saído», confessava antes de assumir uma visão particular daquele sector específico do plantel sportinguista. «Gosto particularmente do Paulo Bento e acredito que o Sporting até saiu a ganhar em termos de criatividade com a sua chegada. O Vidigal era mais defensivo, enquanto o Paulo também rouba muitas bolas, mas sabe jogá-las em condições». 

Deco preparava-se para resumir tudo numa única ideia. Queria abreviar a análise, chegar-se à entrada o autocarro para desaparecer no seu interior. «Não vamos encontrar facilidades, porque o Sporting tem estado bem, pelo menos no campeonato». Mais claro não podia ser, mesmo depois de os jornalistas terem assumido uma última tentativa para prolongar um pouco mais a conversa. «A ausência do Schmeichel não é uma vantagem para nós, porque o Nélson tem jogado bem sempre que é opção. A equipa deles, de resto, vale pelo seu todo».

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