Aves-Gil Vicente, 1-0 (destaques)

29 out 2000, 18:30

Douala e Quinzinho na dança do «mata e esfola» As dificuldades para individualizar este encontro foram muitas, porque as duas equipas recusaram-se a jogar bem. Mas o Aves foi o conjunto em foco, não só pela vitória, mas sobretudo pelas apostas do treinador. No ataque, Douala estreou-se ao lado de Quinzinho e a escolha merece nota positiva, assim como a nova dupla de centrais: Vieira e Nuno Afonso. Ao Gil Vicente faltou-lhe atitude. E está tudo dito.

Douala e Quinzinho

Na tarde de todas as experiências, Neca ficou a ganhar. Estreou a dupla Quinzinho e Douala na frente de ataque do Aves e retirou dividendos positivos, porque os dois jogadores entenderam-se às mil maravilhas. Quando um dizia «mata» o outro respondia com «esfola» e os defesas do Gil Vicente tiveram de suar a camisola para travar as investidas contrárias. Mas o brilho da tarde vai para Quinzinho. Mais acutilante que o camaronês, assumiu o papel de papão, na segunda parte, ameaçando as redes de Paulo Jorge com dois remates plenos de oportunidade. E Douala? No meio de tudo isto, que papel teve o jovem africano? Marcou o único golo do jogo e assistiu o seu colega de ataque mais do que uma vez. Quando foi substituído, aos 70 minutos, recebeu a ovação da tarde. Não é preciso dizer mais. 

Nuno Afonso e Vieira

Na jornada anterior, Bilong e José Soares tinham sido os protagonistas da pesada derrota em Alverca, motivo suficiente para o treinador do Aves alterar os intervenientes. Apostou em Nuno Afonso e Vieira e não deve estar arrependido pela modificação estrutural. Os dois jogadores revelaram segurança invulgar a defender e algum pendor ofensivo, especialmente nos lances de bola parada. Vieira teve participação directa no único golo do encontro, ao assistir Douala com alguma sorte à mistura, é certo. Mas o mérito lhe seja reconhecido. Quanto a Nuno Afonso, pautou-se pela prudência e nunca deu um palmo de terreno a Sadjó e a Paulo César. 

Atitude do Gil Vicente

«Atitude» é uma palavra simples de pronunciar, mas difícil de executar na prática. Em parte, a derrota do Gil Vicente começa por aqui, no comportamento dos jogadores em campo. A equipa de Barcelos sofreu um golo cedo, aos 19 minutos, mas nunca conseguiu reagir ao cabeceamento certeiro de Douala. Na primeira parte, o conjunto de Álvaro Magalhães não fez um único remate à baliza e só esboçou uma reacção fugaz nos últimos minutos do segundo tempo. A situação começa a ser preocupante, porque em nove jornadas, a matemática regista dois pontos. 
 

Casquilha e Sadjó

No meio do marasmo de ideias que é o futebol do Gil Vicente, apenas dois jogadores deram um ar da sua graça: Casquilha e Sadjó. O primeiro, procurou incutir velocidade no meio-campo, mas nunca conseguiu transmitir a mensagem aos restantes companheiros. Foi sempre um homem só e incompreendido por todos; o segundo, traçou corridas estonteantes e alguns dribles mágicos, mas ficou-se pela intenção, ou seja, nunca rematou à baliza. Por isso, acabou por ser substituído por Clayton, aos 63 minutos. 

Vips na bancada

Ao contrário do que tem sucedido nas últimas jornadas, o Estádio do Aves registou a presença de algumas figuras ilustres do meio futebolístico. Silvino, treinador de guarda-redes do F.C. Porto, foi um dos nomes em foco na tarde de hoje, assim como o de Vítor Manuel, técnico do Salgueiros. Mas o bloco de apontamentos também escreveu a figura de mais uma personalidade do desporto-rei: Hernâni Ascenção, ex-vice presidente do Boavista.

Mais Lidas

Patrocinados