Boavista: Jaime Pacheco à espera do «passo de gigante»

25 set 2001, 14:18

Vitória sobre o Borússia Dortmund colocará a equipa muito perto da 2ª fase No Boavista tenta-se pensar exclusivamente no jogo de amanhã com os alemães. Embora o treinador não assuma favoritismos, confirma estar a sentir-se muito perto da próxima fase da Liga dos Campeões.

Jaime Pacheco não abre o jogo. Num jeito brincalhão, já habitual aliás, na conferência da Liga dos Campeões foi desviando os temas mais sensíveis para questões menores e até gracejou, comparando a decisão sobre o «onze» a apresentar amanhã com um aspecto da sua vida familiar. Prevê-se que apresente a mesma equipa que empatou com o Liverpool e venceu o Dínamo Kiev, mas jura que ainda não decidiu, embora assuma que vai fazer «algumas alterações» em relação ao jogo com o Gil Vicente. 

Outro assunto que o técnico axadrezado preferiu não tocar foi o facto de Paulo Turra ter dito que se a equipa vencer amanhã restará apenas somar mais um ponto para passar à próxima fase. «Ainda não fiz as contas, porque o que eu quero é ganhar o próximo jogo e fazer as contas só no fim, mas tenho a consciência que se vencermos ficamos numa posição privilegiada e damos um passo de gigante», referiu, comentando ainda o facto do defesa brasileiro ter abordado a possibilidade do Boavista poder ser campeão europeu: «Sou ambicioso e é claro que gostava de ser campeão europeu como treinador, depois de já o ter sido como jogador, mas tenho a noção de que é muito difícil, quase impossível». 

A diferença de ser Matthias Sammer 

O desejo natural para o jogo com os alemães é «vencer» e «nem que seja com um golo como o Pedro Emanuel marcou há dois anos, em que a bola ainda bateu num adversário», confessa Pacheco. Na última presença dos axadrezados na Liga dos Campeões o Borússia Dortmund também fazia parte do grupo e o Boavista venceu-os no Bessa, por 1-0, afastando o adversário da segunda fase da prova. Só que agora o treinador já não é Michael Skibbe, mas Matthias Sammer, o que se traduz numa grande diferença, pelo menos na perspectiva do técnico português. 

«Ainda sou daqueles que acham que o treinador tem muita influência numa equipa. Em relação há dois anos o treinador é diferente, a estrutura mantém-se, mas há três elementos novos que desequilibram. Aquele trio de ataque poderoso composto por Amoroso, Koller e Rosicky», destacou, abordando ainda o facto da equipa ser orientada por um dos jogadores que mais o agradou ver jogar: «É possível que ainda esteja numa fase de conhecimento, mas tenho a certeza que orienta uma equipa ambiciosa, muito boa, com jogadores que podem decidir os jogos. Têm uma filosofia de ataque, com vários internacionais e alguns campeões do mundo». 

E o que é que o Boavista pode fazer para parar estes argumentos? Ser igual a si próprio: «Temos de fazer como habitualmente, ou seja, atacar o mais possível e evitar que os outros joguem como gostam. Vamos procurar fazer o nosso futebol, acutilante e ofensivo e condicionar as qualidades do adversário». Tão simples (ou talvez não)... Na opinião de Jaime Pacheco vai ser «um jogo de parada e resposta» e apesar de o Boavista «ter, se calhar, melhores condições para vencer» diz que não é favorito: «O Borússia vai procurar ganhar, mas nós vamos dar a nossa réplica. Para além disso, devem estar precavidos para o que aconteceu há dois anos e no que conseguimos fazer nos dois primeiros jogos. Vêm preparados e vão procurar ganhar».

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