PJ recupera obra de arte de João Rendeiro escondida num armazém em Alcabideche

4 fev 2022, 09:08

A escultura faz parte do acervo de obras de arte apreendidas a João Rendeiro e foi recuperada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta sexta-feira a recuperação de uma escultura, de um autor desconhecido, que pertence ao João Rendeiro, chamada “Venezianischer Mohr" (mouro veneziano), e que se encontrava guardada num armazém em Alcabideche. O armazém tinha sido alugado para o efeito.

Num comunicado enviado aos jornalistas, a PJ esclarece que a obra, que se encontrava "descaminhada", faz parte do acervo de obras de arte apreendidas a João Rendeiro e foi recuperada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), que está condenado a 10 anos de prisão efetiva, pela prática de crimes de fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificado e branqueamento.

FOTO: Direitos Reservados

Recorde-se que, na terça-feira e quarta-feira, a PJ executou o arresto do património do ex-banqueiro João Rendeiro na Quinta Patino, em Cascais, e em outros locais. A ação abrangeu também bens da casa da mulher do ex-banqueiro, Maria de Jesus Rendeiro, que está em prisão domiciliária, indiciada do crime de descaminho de obras de arte do marido, das quais era fiel depositária.

A informação avançada pela CNN Portugal revelou que em causa estava a apreensão de bens como quadros, esculturas, móveis, tapetes e até faqueiros e todo o património de valor para ressarcir os lesados do BPP e que a operação resultou do processo em que João Rendeiro foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão.

Detido em 11 de dezembro na cidade de Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou no dia 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.

O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, tendo João Rendeiro de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.

João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

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