F.C. Porto-Alverca, 6-0 (destaques)

30 out 2000, 23:42

Pena soberbo e um Deco de sonho Já é costume, mas sabe sempre bem apreciar. Deco espalhou talento e foi decisivo ao abrir o activo. Pena voltou a provar que é muito mais que um ponta-de-lança e juntou mais dois golos para a colecção. Milinkovic e Rui Borges são as únicas exibições positivas de um Alverca muito, muito macio

Deco

Rios de talento para deleite de qualquer apreciador de bom futebol. O «acidente» de Cracóvia foi apenas isso ¿ uma excepção na regra da excelência. Os dois golos são o lado mais visível de uma exibição a todos os títulos notável. Ele foi o cérebro e o coração. O cérebro porque na hora da dificuldade, quando o Alverca se fechou em copas e o F.C. Porto não conseguia penetrar, Deco foi o homem do rasgo crucial para abrir o activo; o coração porque foi ele o centro de todo o jogo portista: a parte vital sem a qual não havia fluidez. E sabe bem apreciar um jogador assim: inteligente e muito, muito talentoso. 

Drulovic

A idade parece que não pesa no extremo jugoslavo. Os anos passam e Drulovic continua a ter uma importância decisiva no ataque portista. Dinâmico, foi incansável na procura de espaços e até excedeu as suas funções extremo-esquerdo ao aparecer muitas vezes no flanco oposto. Foram deles, aliás, os melhores cruzamentos explorados pela asa direita, dada a óbvia baixa de rendimento de Capucho. Um caso de utilidade crónica. 

Pena

Mais dois golos, mais uma grande exibição. Créditos (con)firmados de um avançado que já é um caso sério na turma das Antas. A diferença já foi identificada em relação ao antecessor (que pode estar a caminho do rival da Luz...), mas uma vez mais Pena destacou-se pela sua polivalência. Fez mais dois golos ¿ ainda que desta vez não tenha tido uma grande importância, pois foi já o quarto, quando o jogo já estava ganho ¿ foi atrás, ajudou a defesa, não se cingindo às suas funções de ponta-de-lança. Um(a) Pena pesada para os defesas contrários... 

Esquerdinha

Uma das melhores exibições que vimos o lateral brasileiro fazer nos últimos tempos. Perfeitamente seguro na sua missão de anular veleidades ofensivas do Alverca pelo direito do ataque forasteiro, usou as suas qualidades atacantes e apareceu muitas vezes nas manobras ofensivas dos azuis e brancos. Graças a essa ajuda, Drulovic pôde libertar-se para outras aventuras, aparecendo à direita e no meio, ideia que resultou em pleno. 

Rui Borges e Milinkovic

As excepções no deserto de ideias do Alverca. Na quase inexistente produção ofensiva do conjunto visitante, foram os únicos que tentaram remar contra a maré. Rui Borges melhor na primeira parte, imprimiu dinamismo no lado esquerdo. À falta de companheiros com quem jogar, desanimou um pouco e apagou-se no segundo tempo. Mais consistente esteve Milinkovic. Patrão do meio-campo alverquense, ensaiou alguns remates de longe que levaram algum perigo à baliza de Ovchinnikov.

Veríssimo

A exibição, já de si insegura, ficou manchada com um auto-golo que acabou por ter uma grande importância no desenrolar da partida. Pouco depois do primeiro golo portista, Veríssimo precipitou-se e, tentando antecipar-se a Jorge Costa, cabeceou para a baliza de Paulo Santos, oferecendo assim, de bandeja, o 2-0 à turma da casa. 

Atitude passiva do Alverca

O 6-0 pode ser exagerado, mas independentemente do resultado, o Alverca sai das Antas com uma péssima imagem. Até ao primeiro golo, as coisas nem estavam a correr mal: o Porto tinha dificuldades em chegar à baliza. Mas a estratégia do Alverca era só uma: defender. Quando o homem mais avançado é Caju, está tudo dito. Desde o primeiro golo portista, ficou tudo a nu: a turma de Jesualdo Ferreira não tinha quaisquer armas para dar a volta e limitou-se a aceitar a goleada.

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