Sp. Espinho-Maia, 2-3 (crónica)

27 mai 2001, 18:59

Alegria contida explodiu num enorme desalento

O Maia venceu em Espinho por 3-2, com um golo já em período de descontos, e, por segundos, que pareceram uma eternidade, esteve com um pé na I divisão. Mas os ecos que chegaram de Setúbal transformaram uma alegria contida, que esteve prestes a explodir, num desalento total. Quando Paulo Costa apitou para o final, o Maia estava na I divisão. Mas os jogadores de Mário Reis não comemoraram de imediato. Numa atitude digna, juntaram-se a meio-campo, abraçados, à espera do final da partida. Fez-se um silêncio perturbante no estádio do Espinho. Os jogadores com as mãos no rosto esperavam para soltar a enorme alegria que forçavam em conter quando chegou a terrível notícia da vitória do Setúbal. A alegria deu lugar a um enorme vazio e os jogadores deixaram-se cair no chão sem querer acreditar no sucedido. 

O jogo começou rapidíssimo com as duas equipas empenhadas na procura do golo. Mário Reis estava obrigado a vencer e apostou num 4x3x3 ofensivo. O Espinho, por seu lado, sem nada a perder, não quis facilitar a missão do adversário e entrou também decidido a procurar a baliza do Maia. A jogar em casa, a equipa de Carlos Garcia foi mais rápida a conseguir o entrosamento entre os seus jogadores e, logo no segundo minuto, chegou ao golo. Mickey centrou da esquerda, Álvaro amorteceu na direita para o centro da área onde surgiu Ido a atirar para a baliza de Thomas. 

O golo do Espinho deu ao Maia aquilo que lhe faltava. Rapidamente, os maiatos encaixaram-se no terreno do jogo e, apenas três minutos volvidos, conseguiram o empate. Na sequência de um pontapé de canto, Yuri surge ao segundo poste sem marcação e, perante a passividade da defesa do Espinho, atirou para as redes de Sérgio Leite. O Maia passou a dominar claramente e as oportunidades sucederam-se na baliza do Espinho. Sempre a grande velocidade, os maiatos multiplicaram-se junto à área adversária e, aos 19 minutos, na sequência de um livre de Major na direita, Sandro lançou-se em vôou e cabeceou para golo. 

Os adeptos do Maia, conhecedores do resultado em Setúbal (0-0), começaram a festejar, empolgando a equipa para uma nova série de oportunidades. O Maia mandou no jogo até ao intervalo e nem um forte tiro do marroquino Ali ao poste fez esmorecer o entusiasmo dos maiatos. O Espinho parecia controlado e uma presa fácil para a equipa de Mário Reis. Carlos Garcia apercebeu-se disso e, após o descanso, fez duas substituições que se reflectiram de imediato no rendimento da equipa. Paulão, que rendeu o apagado Marcão, tornou-se num perigo constante na área do Maia e Álvaro trouxe mais consistência à área do Espinho. 

A equipa de Mário Reis, por seu lado, voltou a entrar na partida desorientada e atemorizou-se com a pressão do Espinho. Mário Reis, sabendo que naquele momento o resultado permitia-lhe subir ao primeiro escalão, decidiu defendê-lo, retirando o avançado Cássio para lançar o experiente veterano Dinis para o centro da defesa. Erro crasso. Os maiatos recuaram, o Espinho ganhou confiança e acabou, naturalmente, por chegar ao golo do empate, com Ali a aproveitar uma jogada confusa na área. 

Mário Reis procurou emendar o erro lançando Fumo para o ataque. O Maia conseguiu equilibrar a partida, voltou a aproximar-se da baliza de Sérgio Leite e os nervos foram crescendo. Taccola não aguentou a pressão e, sem qualquer explicação, agrediu Maciel com um pontapé na cabeça. Parecia tudo perdido. Mas, já em tempo de descontos, Fumo, inconformado, arrancou na direita e só parou quando colocou a bola no fundo das redes. A festa regressou inesperadamente às bancadas mas nunca chegou ao relvado.

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