Varzim-Beira Mar, 1-1 (crónica)

26 ago 2001, 19:56

Assim, vale a pena!

Assim vale a pena. Duas equipas empenhadas em conquistar os três pontos, despidas de tácticas defensivas, ávidas por uma coisa que tem faltado nos tempos que correm: espectacularidade. A palavra é forte. É certo. Mas o desafio vale pela entrega patente em todos os lances, porque jogou-se ao ataque. Sempre ao ataque. 

Querem um exemplo? O jogo ainda era uma criança, já os adeptos do Varzim pulavam de alegria. Mariano rouba a bola, faz uma jogada simples, fazendo uso da habilidade que Deus lhe deu naquele pé esquerdo. Assiste Prokopenko e a bola só pára dentro da baliza. Era bonito. 

Mas o Beira Mar não esmoreceu. Equilibrava as operações no meio-campo e procurava o golo, sempre, sempre através de Fary. Pode parecer falta de imaginação da equipa de Aveiro, mas quem tem um ponta-de-lança assim tem tudo. Torce os defesas e é certeiro quando tem a baliza à frente. Aos 42 minutos, o empate estava feito. 

Antes da magia negra do senegalês, o Varzim foi um terror para o seu adversário. Terror com todas as letras. Porque a entrega de Toni Vidigal, no flanco esquerdo, fazia mossas na defesa aveirense e Jorge Neves puxava pela cabeça para travar aquele furacão. Tudo o que de melhor se viu na primeira parte teve passagem obrigatória por aquele lado. 

Na segunda parte, papéis invertidos 

Na segunda parte, os papéis invertem-se. Porquê? É simples. O segredo do Varzim, durante o primeiro tempo, sempre foi a aposta nos flancos. Os extremos funcionavam bem e Prokopenko batiam-se como podia com os defesas. Depois, talvez, com os nervos à flor da pele, a equipa de Rogério Gonçalves passou a jogar pelo meio e Luís Manuel e Fernando Aguiar meteram no bolso todas as bolas. 

Alguma dureza na interpretação: os poveiros podem ter pago por alguma ingenuidade. Tiveram o jogo na mão e deixaram fugir os três pontos. Nos últimos 45 minutos, foi um festival autêntico de golos falhados para todos os gostos e feitios. Até uma grande penalidade foi desperdiçada, ou melhor, o guarda-redes Nuno Santos adivinhou o lado como um cigano que adivinha o futuro na palma das mãos. Mas antes, Gilmar já tinha mandado uma bola ao poste. 

No segundo tempo, o Beira Mar continuou à procura do golo, Fary ainda dava um ar da sua graça, mas os centrais do Varzim corrigiram a marcação ao senegalês e os aveirenses estancaram, ou seja, foram perdendo o ímpeto. Mas isso, não significa que tenham jogado mal. Longe disso. Foram sempre eficientes e tiveram alternativas ao africano, porém pouco inspiradas. 

Sobre o árbitro, há que fazer alguns reparos nas questões disciplinares. Na primeira parte, Toni Vidigal é derrubado por Avelino ¿ surpresa na equipa inicial do Beira Mar -, fora da grande-área, porém o guarda-redes não vê nenhum cartão. Acaba por sair, mas lesionado. Depois, na segunda parte, não dá o segundo amarelo a Filipe, no lance em que o defesa derruba Toni Vidigal em plena grande área.

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