Estádios para Euro-2004 aprovados

22 set 2000, 16:25

Delegação da UEFA deixa Portugal satisfeita Ernest Walker, responsável da UEFA, voltou a casa com impressão positiva sobre o que viu em Portugal.

Aprovados. A delegação da UEFA deixou Portugal satisfeita com os projectos dos dez estádios que lhe foram apresentados ao longo da semana e crente que Portugal vai levar por diante a «gigantesca tarefa de organizar o Euro-2004». 

Ao longo dos últimos quatro dias a delegação da UEFA, presidida por Ernest Walker, responsável máximo do Comité de Estádios, recebeu, no pavilhão da FIL, no Parque da Nações, os representantes dos dez projectos para os futuros estádios para o Euro-2004 e hoje, em conferência de imprensa, traçou um quadro muito favorável. 

Acompanhado por Gilberto Madail e Amadeu Basto de Lima, presidente e vice-presidente da Euro-2004 SA, Ernest Walker assegurou que deixa Portugal com «uma impressão extremamente positiva» e crente na capacidade dos portugueses para o sucesso da iniciativa. «Claro que há sempre preocupações na organização de torneios desta magnitude, mas temos razões para acreditar que Portugal não nos vai oferecer outra coisa que não seja uma competição de grande categoria». 

Ernest Walker revelou que a sua confiança em Portugal já é antiga. «Foi uma semana árdua. A atribuição da organização do Campeonato da Europa há um ano terá surpreendido muita gente mas não a mim. Fiz parte do grupo de inspecção da UEFA que avaliou as várias candidaturas e, sempre que vim a Portugal, tive consciência do entusiasmo e do empenho de toda a gente envolvida no processo», começou por dizer Ernest Walker. 

«A candidatura portuguesa foi singular em relação ao normal. Tinha por base o que nos podia proporcionar caso vencessem em vez de nos mostrar estruturas já existentes, sabendo que essas era bastante pobres. A nossa missão esta semana foi ouvir os clubes e as Câmaras Municipais, examinar os respectivos projectos, em todas as suas vertentes técnicas, de forma a elaborarmos um relatório para a UEFA», acrescentou o presidente do Comité de Estádios. 

O dirigente da UEFA mostrou-se impressionado com alguns dos projectos mas salientou que agora é a altura de transformar os sonhos em realidade. «Os dez projectos variam em termos de dimensão e concepção. Mas, em termos gerais, foi muito interessante, alguns deles são muito dinâmicos e virados para o futuro. Agora é a altura de transformar todos estes sonhos e planos em realidade. Será uma obra enorme mas não podemos ignorar o interesse demonstrado da parte dos clubes, dos municípios e, fundamentalmente, do Governo português». 

«Tenho uma vasta experiência como dirigente e sou um admirador de longa data do futebol português. Tenho acompanhado ao longo dos anos o sucesso das selecções mais jovens e agora é visível o resultado dessa aposta. Não preciso dizer-vos que a selecção portuguesa esteve perto de vencer o recente Campeonato da Europa. Agora acredito que Portugal vai proporcionar estruturas dignas para os espectadores e condizentes com a categoria dos seus jogadores». 

Em relação ao Estádio do Benfica, o único clube que ainda não assinou o protocolo com o Governo, Ernest Walker não mostrou qualquer preocupação. «Não tenho qualquer preocupação particular com nenhum estádio. Todos têm os seus problemas, precisam de ser modernizados» 

No final de cada apresentação, a delegação da UEFA colocou três questões claras aos responsáveis pelos projectos, na presença do presidente da federação e de membros do Governo, e de todas elas recebeu respostas positivas. «A primeira pergunta foi se o projecto era credível e real e não baseado em sonhos e desejos. Quis também saber se tinham garantidos os financiamentos dos projectos. A terceira pergunta foi relativa aos prazos, quis saber se podiam garantir que os estádios estavam prontos um ano antes. Todos deram-me respostas positivas a estas questões». 

Madail contra os «pseudo-fazedores de opinião pública» 

Gilbero Madail agradeceu o trabalho realizado pela delegação da UEFA e destacou os seus membros como os mais capacitados para fazer uma análise criteriosa da actual situação. O presidente da Federação congratulou-se pelas palavras dos membros da UEFA que, segundo diz, contrariam a opinião de muitos «especialistas» e «pseudo-fazedores da opinião pública» que anunciavam a visita da UEFA como um «filme de terror». 

«Não houve nada de estranho. Os projectos estão a decorrer com toda a normalidade. Não houve atrasos e descoordenações a assombrar o Euro-2004. Não houve, finalmente, todo o alarmismo que alguns analistas, que não jornalistas, fizeram em relação ao Euro-2004», referiu Gilberto Madail socorrendo-se de alguns recortes de jornais. 

«Ninguém está a enganar a opinião pública. Os que pensavam que não estávamos a dizer a verdade tiveram hoje aqui uma cabal demonstração de que os cuidados com o Euro-2004 foram tidos desde Fevereiro deste ano. A Euro-2004 SA não constrói estádios, é uma empresa que fiscaliza o grau de execução dos estádios e suporta a federação para a realização do torneio. Se houver alguma situação preocupante nós, naturalmente, não faremos política de avestruz e seremos os primeiros a denunciá-la», acrescentou o dirigente português.

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