Equipa de Mário Reis no bom caminho Uma vitória na Póvoa de Varzim, no estádio de um crónico candidato à I Liga, despertou de vez as esperanças maiatas. O Maia está no segundo lugar da II Liga e sonha com a subida que, a concretizar-se, seria um feito histórico.
Fundado em 4 de Abril de 1954, o Futebol Clube da Maia iniciou então uma longa travessia do deserto, em que, durante mais de trinta anos, andou perdido nos distritais da A. F. Porto. Apenas em 1985 ascendeu aos nacionais, onde permanece até agora. Durante estes quinze anos, o Maia contabiliza duas presenças na III Divisão, oito na IIB e cinco na divisão que actualmente corresponde à II Liga. No seu currículo conta com uma conquista do campeonato nacional da IIB, na época de 96/97, e com uma presença nos quartos de final da Taça de Portugal, corria a época de 91/92.
Bem situado no tecido urbano da cidade, o clube tem contado, nos últimos anos, com o forte apoio da Câmara Municipal, principal responsável pela capacidade financeira da instituição. Entre outros benefícios, a edilidade local disponibiliza ao Maia todos os complexos desportivos que o clube actualmente ocupa, ajudas financeiras e campanhas para o crescimento da massa adepta do clube.
Contudo, e apesar dos esforços conjuntos de ambas as instituições, o F.C. Maia não tem conseguido acompanhar proporcionalmente o crescimento que a cidade apresenta e que não passa despercebido aos olhos do visitante mais distraído. Na base deste fenónemo está uma rivalidade há muito enraizada nos cidadãos locais. Na cidade, e no próprio concelho da Maia, são frequentes as agremiações de bairro, inúmeras, que de há vários anos a esta parte disputam uma acesa luta entre si. Apesar de a maior parte destes clubes participar em divisões distritais, não é fácil conseguir que a população se una em torno de um clube, mesmo que este seja o mais representativo e que lute pela ascensão à I Liga.
Por outro lado, as novas gerações ainda não sentem o clube, agora que começa a andar na ribalta. São jovens, muito deles recém chegados à cidade, que fazem da localidade apenas o sítio de residência, enquanto a maior parte das suas vidas é desenvolvida no Porto. Habituados a vitórias noutras frentes, particularmente no voleibol e no ciclismo, estes maiatos apenas agora começam a descobrir as vantagens de ter um clube local forte.
O clube tem tentado combater esta realidade, recorrendo para tal a uma campanha publicitária sob o signo de «A Maia inteira por um clube de primeira», mas nem por isso os adeptos do Maia têm aumentado, restringindo-se, neste momento, a cerca de 3000 sócios, dos quais apenas 800 compõem a massa adepta que acompanha regularmente o clube nos jogos em casa.
Por tudo isto, a direcção anseia que a subida à divisão maior do nosso futebol venha a ser um facto, para que o almejado crescimento, que se torna indispensável para a afirmação do F.C. Maia, possa, finalmente, acontecer.
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