«Estamos numa fase de crescimento», garante Fernando Santos

15 ago 2000, 15:54

F.C. Porto vai melhorar, promete Fernando Santos, treinador do F. C. Porto, quer esquercer Jardel e prefere falar do presente. Sobre o Sporting poucas palavras e uma revelação: Paulinho Santos reconheceu ter cometido um acto irreflectido que prejudicou a equipa.

Resultados aquém do esperado, exibições pálidas e dúvidas. Muitas dúvidas. O sistema de jogo continua em discussão e a importância de Jardel em épocas anteriores não pára de animar conversas de ocasião e coloca-se no topo das preferências de sócios e simpatizantes. Fernando Santos reconhece as dificuldades iniciais, mas promete ultrapassá-las com trabalho diário. «Estamos numa fase de crescimento», sintetiza num pensamento complementado com a constatação de dificuldades várias. «Começámos a trabalhar há cerca de um mês na Bélgica, mas os jogadores que estiveram no Europeu e alguns que contratámos chegaram mais tarde, por isso ainda só temos 12 ou 13 dias de treinos com todos juntos». 

O tempo poderá atribuir-lhe a razão que o treinador diz estar do seu lado. «Os jogadores têm demonstrado que estão a crescer». E exemplifica: «Foi isso que nos permitiu atingir um nível interessante na primeira parte com o Sporting. Já pressionámos melhor, se bem que ainda tenha faltado alguma profundidade ofensiva, situação que ainda hoje estivemos a rever». 

As indefinições parecem também latentes no esquema de jogo do F.C. Porto. Em Bruxelas, frente ao Anderlecht, a aposta no 4x4x2 foi pouco mais que ineficaz e deu lugar ao 4x3x3 na recepção ao Sporting. «Estou a tentar que a equipa consiga alterar as acções ofensivas durante o jogo», explica Fernandos Santos. «Estamos a chegar a um sistema intermédio com mais dinâmica e liberdade ofensiva que o dos últimos anos». A saída de Jardel, percebe-se, motivou uma reciclagem de toda a estratégia. «Não vamos falar mais sobre isso», contrapõe o técnico portista. «O Jardel acabou. O Gomes também acabou e o F.C. Porto não deixou de conseguir coisas positivas». 

As críticas do Sporting, Paulinho e o Benfica 

«A nossa determinação nada tem a ver com violência». Fernando Santos não gostou das críticas sportinguistas no final da primeira mão da Supertaça e alterou por momentos a cadência de uma conversa até então tranquila. «Não se deve subir alto de mais. É preciso ter alguma ponderação nas afirmações que se fazem». O treinador parecia aguardar há muito que os jornalistas lhe colocassem a questão, mas não se alongou mais do que aquilo que julgou essencial. «Toda a gente sabe qual é o espírito do F.C. Porto. Se não o tivessemos não podiamos ter empatado mesmo com dez jogadores». 

Faltava ainda riscar dois tópicos da troca de impressões. Pedia-se agora que Fernando Santos analisasse a expulsão de Paulinho Santos por entrada violenta sobre Acosta. «Ele já reconheceu que teve um acto prejudicial à equipa. Foi uma situação desagradável que por vezes acontece em futebol», frisaria antes de arriscar uma justificação. «O F.C. Porto atravessou dez minutos de algum desnorte, que atingiu todos os atletas». 

Paulinho Santos será um dos principais ausentes do arranque da I Liga. «É uma baixa importante, mas não me vou escudar nisso. Acredito nos que vão jogar», assevera o técnico, mostrando-se confiante num bom resultado. «Creio que o F.C. Porto vai ganhar, mas não vai ser fácil. Temos de encarar o jogo com a naturalidade de quem actua em casa». Sobre a possível vantagem encarnada por não ter jogadores na selecção principal, Fernando Santos responde com aparente tranquilidade. «É bom para o clube ter muitos futebolistas nas diversas selecções. Só me preocupa o estado em que o Pavlin e o Alenitchev vão chegar a Portugal». O tom do discurso voltava a alterar-se. «Penso que houve pouca compreensão da parte dos seus seleccionadores. Foram pouco simpáticos, especialmente numa fase em que os jogadores ainda estão a adaptar-se a um novo clube».

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