Carlos Carvalhal: «O Leixões tem uma fé tremenda»

8 mai 2002, 16:54

Treinador sonha com a Taça de Portugal O Leixões vai jogar ao ataque diante do Sporting. E quer conquistar a Taça, se possível a dobradinha.

É difícil, mas não é impossível. O Leixões parte para o Jamor consciente de que pode conquistar a Taça de Portugal. Será complicado, porque o Sporting é uma equipa recheada de estrelas, porém todos têm consciência de que podem fazer história. «Somos uma equipa com uma fé tremenda», resume o treinador Carlos Carvalhal, um jovem técnico ambicioso. «Foi isso que nos levou até à final». O segredo está à vista de todos.

Uma coisa é certa: no livro das tácticas, estratagemas defensivos serão riscados. A ideia passa por colocar em campo uma filosofia de jogo acutilante de forma a surpreender o adversário. «Se não abdicarmos dos nossos princípios estamos a dar um passo importante em relação à pequena percentagem de êxito para conseguirmos a Taça. É muito pequenina, mas vamos agarrá-la com unhas e dentes para trazermos o troféu para Matosinhos!», explica.

Foi assim que o Leixões fez sensação na Taça de Portugal. Sempre a jogar ao ataque. «Seria uma estupidez abdicar dos nossos princípios. Na generalidade, vamos ter cuidados com o Sporting, mas não quero que os meus jogadores andem 90 minutos atrás dos adversários, porque teríamos de começar logo pelo guarda-redes contrário». O mote está dado. «Assim, só estaríamos a olhar para as caras do nossos opositores e para as camisolas do Sporting».

A II B é um absurdo

Por isso, não há que ter medo. «Já marcámos a história de uma forma relevante. Pela primeira vez, uma equipa do terceiro escalão chega à final da Taça de Portugal, iremos à Taça UEFA e à Supertaça. Fica para a posteridade. Daqui a 50 anos, vai-se falar sempre do Leixões. Não tenho dúvidas! Por isso, conquistar a Taça seria fantástico. Tenho de sonhar. Como treinador tenho de acreditar sempre, apesar de a diferença de potencial entre as duas equipas ser enorme».

Carlos Carvalhal gostava de fazer a dobradinha, ou seja, garantir a primeira posição na II Divisão B - só depende de si, quando faltam três jornadas - e vencer a Taça. «Somos a única equipa em Portugal que pode ganhar as únicas competições em que participa. Por isso, somos um grupo de trabalho feliz», adiantou. No entanto, pelo meio dissecou algumas críticas: «Lamento chegar à final com uma equipa sobrecarregada de jogos. A nossa divisão tem 20 equipas, não é correcto, e apenas sobe uma. Isto é um absurdo! E ninguém mexe uma palha. Devia haver uma reestruturação e a começar pela II Liga».

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