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Da ilusão ao «jackpot»

5 jun 2000, 00:20

Lazio finalmente campeã de Itália Depois de muitas desilusões, a Lazio conquistou o campenato italiano. E ainda juntou a Taça ao «scudetto».

Foram 26 anos sem ganhar um campeonato, com as expectativas sempre a subir. Nos últimos anos cresceu a ilusão, mas também as desilusões. A última época foi de altos e baixos. A Lazio chegou a ver a Juventus a nove pontos de distância e foi recuperando. Até que chegou o dia decisivo, a última jornada do campeonato. Mas como se não bastasse todo o sofrimento que estava para trás, até a meteorologia resolveu adiar o sonho da Lazio. 

Na última ronda do campeonato 99/00, a 14 de Maio, a Lazio recebeu o Reggina. O início do jogo atrasou um pouco, por causa de uma invasão de campo, mas a partida lá começou. A equipa romana fez o seu jogo e foi marcando golos. A Juventus, que partiu para a última ronda com dois pontos de avanço, jogava em Perúgia. Chovia torrencialmente na cidade e o início do jogo foi adiado. Quando acabou o jogo em Roma, a Lazio tinha vencido (3-0), mas ainda não sabia se era campeã. Em Perugia mantinha-se o 0-0. Jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos romanos ficaram no estádio, de rádio colado aos ouvidos.

Até que Calori marcou golo para o Perugia. A segunda parte do jogo tinha começado há quatro minutos e, até ao fim, dobrou o sofrimento. Para a Juventus, que tentava desesperadamente chegar ao golo, e para a Lazio. Ao fim de uma hora, acabou o jogo e começou a festa da Lazio.  

Uma equipa de sonho 

A Lazio foi campeã de Itália pela segunda vez na sua história centenária (completou em Janeiro um século). O último título, o único, tinha sido em 1974. Há tanto tempo.

Desde que Sven-Goran Eriksson se tornou treinador e o presidente Sergio Cragnotti decidiu apostar numa equipa para concorrer com as grandes potências italianas e mundiais, a Lazio conquistou seis troféus - uma Taça das Taças, uma Supertaça Europeia, duas Taças de Itália, uma Supertaça italiana e o Scudetto deste ano. Tudo em três anos.  

Mas até ao dia 14 de Maio e à conquista do «scudetto» todas os outros troféus eram prémios de consolação, para uma equipa que investiu muito, talvez mais do que qualquer outra no mundo, e tinha um plantel de sonho.  

Há dois anos a Lazio esteve perto do «scudetto» e terminou em sétimo, no ano passado teve o título na mão e deixou-o fugir. Chegou a estar na frente com sete pontos de avanço, mas foi perdendo terreno e viu-se ultrapassada pelo Milan na recta final. Os analistas atribuiam os falhanços a um problema de atitude mental da equipa.

Este ano parecia tudo feito para que se repetisse a frustração. A Lazio começou bem no campeonato, mas foi perdendo terreno. Em meados de Março a Juventus levava nove pontos de vantagem. Na Europa, a carreira da Liga dos Campeões foi correndo bem, mas terminou com um grande estrondo - uma derrota por 5-2 em Valência que ainda hoje Eriksson não consegue explicar.  

Numa equipa onde jogam estrelas como Verón, Mihajlovic, Salas, Mancini, Simeone, Almeyda, Nedved e tantos outros nomes cobiçados do futebol mundial, entre os quais os portugueses Sérgio Conceição e Fernando Couto, e que estava empenhada em várias provas ao mesmo tempo, o grande trabalho de Eriksson foi pôr a funcionar um esquema de rotação que permitisse ter sempre os melhores jogadores para os melhores jogos. Foi difícil gerir um balneário onde havia poucos titulares indiscutíveis.

Foram muitos os problemas e já poucos acreditavam que este ano é que era. «Eriksson foi o único a acreditar em nós até ao fim», admitiu Sergio Cragnotti, o presidente da Lazio, no dia da vitória no campeonato. 

Este ano a Lazio quebrou finalmente o ciclo de infortúnio. E fê-lo em estilo. Poucos dias depois do campeonato, juntou a Taça de Itália ao «scudetto». Frente ao Inter Milão, garantiu um empate sem golos que, associado à vitória na primeira mão por 2-1, garantiu ao clube a «dobradinha».

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