Sporting-U. Leiria, 4-0 (Crónica)

3 nov 2000, 23:55

Meio jogo chegou O regresso de sonho de Pedro Barbosa chega para dar nota positiva a um jogo que pouco mais teve. Só existiu primeira parte, o União de Leiria limitou-se a fazer figura de corpo presente. Valem os golos de Pedro, de novo capitão do seu clube.

Bastou meio jogo ao Sporting para vencer o U. Leiria por 4-0. A goleada começou cedo, com um auto-golo de Bilro no primeiro minuto, e acabou já perto do fim, com um livre directo de André Cruz. Pelo meio ficam dois grandes golos de Pedro Barbosa. E pouco mais sobra para lembrar do jogo. 

Pedro Barbosa foi a principal novidade no onze do Sporting, para o lado esquerdo do ataque. O número 8 dos «leões» recuperou aos poucos o seu lugar e hoje, de novo de braçadeira ao peito, comandou a equipa para uma vitória sem margem para dúvidas, daquelas que vêm mesmo a jeito para ajudar toda a gente a respirar melhor. 

A história do capitão que, face à avalanche de reforços do defeso e a uma lesão prolongada, parecia ter reservado no início da época um lugar de figurante na equipa e esta noite deixa Alvalade com todo o seu prestígio de volta, chega para esquecer tudo o que de mau houve, ou não houve, numa partida em que o Sporting voltou a viver de lances individuais, mais do que do jogo de conjunto, e em que o Leiria apenas fez figura de corpo presente. 

Manuel José trouxe a Alvalade uma equipa remendada, por culpa de lesões, castigos e de um plantel muito curto. Mas isso não justifica tudo. Talvez ajude a explicar a falta de identidade da equipa, mas não o descalabro que foi toda a exibição do Leiria. 

O auto-golo de Bilro, logo no primeiro minuto, também não ajudou nada a organizar a equipa. Vouzela e Tiago reduziram-se à condição de bombeiros da defesa, os homens mais avançados recuaram, pelo sim pelo não, e apenas Derlei e, eventualmente, Krpan se deixavam ficar para lá da linha de meio-campo. 

Se essa overdose de gente cá atrás pareceu inibir Acosta e também João Pinto, por exemplo, Sá Pinto e Pedro Barbosa resolveram as coisas quase sózinhos. O número 7 dos «leões», como de costume, foi sempre o mais inconformado. O resto ficou a cargo de Pedro Barbosa, que apareceu sempre onde devia e por duas vezes encheu o pé, para marcar duas bombas. No entretanto, o Leiria chegou uma vez à baliza de Nélson, mas Derlei falhou o remate. 

Quarenta e cinco minutos penosos 

E pronto, a história podia acabar assim. O Sporting ganhava por 3-0, o Leiria tinha chegado uma vez à baliza, mas Derlei falhou o remate, estava resolvido o assunto. Só que havia mais quarenta e cinco minutos. E foram penosos. Os jogadores do Sporting não conseguiram encontrar motivação para manter algum ritmo e abancaram nas suas posições, à espera do final do jogo.  

O Leiria podia ter tomado a iniciativa, mas não conseguiu. Manuel José não tinha muitas alternativas no banco, valha a verdade. Só lá estavam quatro jogadores, entre os quais um guarda-redes e um avançado, Zezinho, lesionado. Mas uma investida na área, um remate enquadrado, era pedir demais? 

O resultado da conjunção da inércia do Sporting com a inépcia do Leiria foi um enorme bocejo, apenas interrompido por uma ou duas iniciativas de João Pinto, que parecia acordar de vez em quando para tentar quebrar o tédio, e pelo golo de André Cruz, num livre directo em que a bola entrou num ângulo inacreditável.

Sporting

Mais Sporting

Patrocinados