Cientistas conseguem reproduzir energia através de fusão nuclear pela segunda vez

7 ago 2023, 11:03
Laboratório Nacional Lawrence Livermore (AP)

Um pequenino frasco de hidrogénio pode ser suficiente para dar eletricidade a uma casa durante centenas de anos

Nova experiência, nova vitória, mesmo que pequena. Continua em marcha a procura por aquilo que poderá vir a ser a energia do futuro, e que no final do mês de julho deu novo passo para o sucesso.

De acordo com vários meios de comunicação dos Estados Unidos, o Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, voltou a conseguir produzir energia através de um processo de fusão nuclear.

É apenas a segunda vez na história que os cientistas conseguem tal coisa, sobretudo através deste método, que é diferente das experiências realizadas noutros locais. É que a Instalação Nacional de Ignição, onde funciona a pesquisa norte-americana, trabalha através de confinamento inercial, diferenciando-se do projeto europeu, o ITER, que faz a pesquisa com recurso a confinamento magnético.

“Desde que demonstrámos a ignição pela primeira vez, em dezembro de 2022, continuámos com experiências para estudar este novo e excitante regime científico. Numa experiência a 30 de julho repetimos a ignição”, confirmaram três pessoas relacionadas com a pesquisa, em declarações ao Financial Times.

Desta vez a ignição gerada produziu ainda mais energia do que a de dezembro, mas ainda está muito longe de poder ser algo a colocar em prática. Quão longe? Não se sabe, mas podemos estar a falar de várias décadas.

Ilustração demonstra o funcionamento da energia nuclear (Laboratório Nacional Lawrence Livermore)

Apesar disso vale a pena a insistência: é que a geração de energia através da fusão nuclear permitiria energia mais barata, mas também um consumo amigo do ambiente, uma vez que não depende de combustíveis fósseis ou da utilização de carbono, além de que os componentes radioativos libertados não ameaçam a saúde dos seres vivos.

A Física Nuclear tenta encontrar uma resposta para a criação de energia quase ilimitada desde 1950. No filme “Oppenheimer”, por exemplo, é possível perceber como já na década de 1940 esta era uma ambição dos cientistas.

Na prática é como se os especialistas estivessem a tentar imitar a energia que é produzida pelo sol, que reproduz quantidades de energia quase ilimitadas. Para isso basta pensar que um pequeno frasco de hidrogénio, um dos componentes essenciais da experiência, poderia fornecer eletricidade a uma casa durante centenas de anos.

Ao contrário do confinamento magnético, cujo estudo está mais avançado, o confinamento inercial uitiliza um laser, o maior do mundo, para provocar uma implosão numa pequenina cápsula. A ideia é que dessa cápsula se replique a energia gerada por milhões e milhões de vezes, quase que como gerando energia vinda do nada.

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