A Música como mediadora de bem-estar nos Cuidados Paliativos

Conteúdo Patrocinado
31 jan 2023, 00:00

A Música como mediadora de bem-estar nos Cuidados Paliativos Um Projeto que conta com o apoio da Fundação “la Caixa”.

As vozes de Diana Matos e Carlos Martins fazem-se ouvir e sentir na Unidade de Cuidados Paliativos, na Casa de Saúde da Idanha do Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. São músicos e integram a Associação Portuguesa de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade. O projeto, que conta com apoio da Fundação “la Caixa”, consiste na realização de intervenções musicais junto de pessoas em fase avançada da doença e seus familiares, bem como de profissionais de saúde. A interação artística visa uma partilha construtiva de emoções, respeitando os espaços físicos e psicológicos, sem interferir com a rotina dos serviços de cuidados paliativos. 

Uma aliança harmoniosa entre duas entidades que partilham o mesmo objetivo: ajudar a lidar com o sofrimento físico e psicológico, indissociável da doença, privilegiando a vida. "Nós não trabalhamos com a morte, trabalhamos com a vida. Nós não damos dias à vida, damos vida aos dias" Maria de Fátima Oliveira, Enfermeira Responsável pela Unidade de Cuidados Paliativos, na Casa de Saúde da Idanha. 

A música serve como mediadora no bem-estar e na melhoria da qualidade de vida contribuindo para a humanização na Instituição. "As pessoas não deixam de ter o seu percurso pessoal, social e familiar quando entram aqui. As pessoas não são a doença que carregam e a música pode evocar sensações e emoções que lhes devolvem a sua identidade." Ana Paula Góis, Coordenadora de Projetos - Associação de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade. 
 

Reconhecendo esta realidade, o “Programa Humaniza – Apoio Integral a Pessoas com Doenças Avançadas”, uma iniciativa da Fundação “la Caixa” que chegou a Portugal em 2018, alinhado com as diretrizes do Ministério da Saúde, ambiciona tornar os cuidados paliativos um exemplo de apoio humanizado na saúde e na sociedade portuguesa. Nesse sentido, complementa o trabalho das equipas e colabora com as associações que pretendam implementar projetos de sensibilização no processo de doença avançada e luto. É o caso da Associação Portuguesa de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade (APMHIS), uma associação sem fins lucrativos fundada em 2006 por Ana Jorge, antiga Ministra da Saúde. "Não basta ter boa vontade, tem que haver formação especializada porque há uma série de detalhes que o músico sem perder a sua arte, tem de adaptar à situação do doente. Isto só é possível graças à articulação com a equipa interdisciplinar". Ana Paula Góis, Coordenadora de Projetos - Associação de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade.

Humanizar até ao fim, um lema abraçado pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus presente em Portugal desde 1894, com a fundação da Casa de Saúde da Idanha, que em 2006 encarou o desafio de agregar à Congregação o projeto piloto da rede nacional de cuidados paliativos do país. "Existem apenas cerca de 500 camas no país para pessoas com doenças incuráveis. Quando chegam à nossa unidade já se encontram em situações muito complexas. Para nós é tão importante atenuar a dor como responder às necessidades depois de controlarmos os sintomas físicos. E se gosta de Fado, porque não lhe proporcionar esse momento? E se ao ouvir a sua música preferida consegue diminuir a sua ansiedade, porque não lhe proporcionar esse momento? O contexto de vida do doente tem de ser valorizado." Maria de Fátima Oliveira, Enfermeira Responsável pela Unidade de Cuidados Paliativos, na Casa de Saúde da Idanha.

A certeza de que a música traz a estas pessoas momentos únicos e de serenidade, encoraja estas equipas a lutarem pela humanização dos cuidados numa unidade tão frágil, mas talvez a mais importante para se viver com dignidade até ao último sopro.
 

Este projeto é apenas uma das vertentes do Programa Humaniza, criado a pensar nas pessoas com doenças avançadas ou em fim de vida, num país onde a cobertura dos cuidados paliativos continua a ser insuficiente.
Em 2022, a Fundação ”la Caixa apoiou aproximadamente 20 mil pessoas com doenças avançadas e cerca de 25 mil familiares, no âmbito deste  Programa. No mesmo ano, destinou 40 milhões de euros a projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. 
A Fundação mantém o seu compromisso de alcançar um investimento de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos, quando todos os seus programas estiverem implementados e a funcionar em pleno.
 

FLC

Mais FLC