Macron dissolve parlamento após resultados das europeias e convoca eleições. Le Pen diz-se "pronta para assumir o poder"

9 jun, 20:13
Emmanuel Macron (AP)

O partido do presidente francês obteve apenas 15,2% dos votos, bem abaixo do União Nacional, de Marine le Pen, que venceu as europeias em França com 31,5% dos votos e lançou o desafio a Macron de dissolver o parlamento

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução do parlamento após a subida da extrema-direita e convocou novas eleições, avança a imprensa francesa.

Reconhecendo que o seu partido, Renascimento, não obteve "um bom resultado", com 15,2% dos votos, abaixo do União Nacional, de Marine le Pen, que venceu as europeias em França com 31,5% dos votos, Macron acedeu ao desafio lançado pelo líder da extrema-direita, Jordan Bardella, para que dissolvesse o parlamento.

“Não poderei, no final deste dia, agir como se nada tivesse acontecido. A esta situação soma-se uma febre que tomou conta do debate público e parlamentar no nosso país nos últimos anos”, declarou o Presidente da República, no Palácio do Eliseu, após a divulgação dos resultados das europeias.

“É por isso que, depois de ter consultado o artigo 12.º da nossa Constituição, decidi dar-vos novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação ”, anunciou, dirigindo-se aos franceses, e comunicando que vai assinar "dentro de alguns instantes" o decreto que convoca as eleições legislativas, marcando a primeira volta para o dia 30 de junho e a segunda volta para 7 de julho".

As eleições legislativas estavam previstas para junho de 2027, dois meses depois das eleições presidenciais.

Emmanuel Macron alertou ainda para a "a ascensão dos nacionalistas" e dos "demagogos", considerando-a "um perigo" não só para França mas também para a Europa. Ainda assim, o presidente francês diz ter "confiança" na democracia, razão pela qual decidiu "dar a palavra ao povo soberano".

Numa reação, Marine Le Pen saudou a decisão de Macron e garantiu que o União Nacional está "ponto para assumir o poder" caso os franceses assim o decidam pelo seu voto.

"Estamos prontos para exercer o poder, para acabar com esta imigração massiva, fazer do poder de compra uma prioridade, estamos prontos para reativar a França”, declarou.

A União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), de Marine le Pen, venceu as europeias em França com 31,5% dos votos, segundo os primeiros resultados anunciados hoje pelo Parlamento Europeu (PE).

Em segundo lugar, depois da RN (extrema-direita), ficou a coligação encabeçada pelo partido do Presidente Emmanuel Macron, Renascença, com 15,2% e pela dos socialistas (14%), segundo as primeiras estimativa do PE.

A União Nacional, formação de extrema-direita, já tinha ganho as eleições europeias de 2014 (24,86%) e 2019 (23,34%), mas por margens mais estreitas.

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